MP denuncia sete investigados em operação de combate ao tráfico no Ceresp

Operação cumpriu 26 mandados de busca e apreensão e nove de prisão temporária em agosto deste ano


Por Tribuna

22/11/2017 às 08h28- Atualizada 22/11/2017 às 08h40

Foram denunciados dois agentes penitenciários, um ex-agente penitenciário, um ex-detento, três reclusos, a mãe e a cunhada de um dos presos. (Foto: Fernando Priamo)

Sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual de Minas Gerais (MPMG) por envolvimento com o tráfico de drogas e com a facilitação de entrada de celulares no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora. Em agosto deste ano foi deflagrada a Operação Pente Fino após apuração conduzida pelo MPMG que investigou a existência de uma organização criminosa atuando no presídio. A operação contou com o apoio da Polícia Militar e da equipe de Inteligência do Ceresp. Foram denunciados dois agentes penitenciários, um ex-agente penitenciário, um ex-detento, três reclusos, a mãe e a cunhada de um dos presos.

A denúncia foi oferecida pela Promotoria de Combate ao Crime Organizado de Juiz de Fora e pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), unidade Belo Horizonte, e recebida pela 3ª Vara Criminal da Comarca de Juiz de Fora, que decretou a prisão preventiva de sete dos nove denunciados pelo MPMG.

PUBLICIDADE

Conforme a assessoria de imprensa do MP, os suspeitos foram denunciados pela prática dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo, peculato e pelo crime previsto no artigo 349-A do Código Penal, que prevê pena para quem “ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional.”

 

Agente penitenciário chefiaria esquema

Consta na denúncia que um dos agentes penitenciários chefiava o esquema, contando com o auxílio e a conivência do outro agente. Um ex-detento atuava como atravessador, servindo de intermediário entre o agente chefe, os presos e seus familiares. Um dos presos encomendava a entrega do produto ao ex-detento e se encarregava da venda e da distribuição das drogas e dos celulares no interior do presídio. Os outros dois detentos resgatavam o material em locais previamente determinados pelos agentes e o levava até a cela daquele que havia encomendado. Já as duas mulheres providenciavam a compra e a entrega da droga e dos celulares ao atravessador.

Durante a Operação Pente Fino, a Polícia Militar apreendeu com um dos agentes sete munições CBC calibre ponto 38 sem autorização; carregador da pistola calibre ponto 38, marca Taurus, modelo 838; e comprovantes de depósitos bancários. Na casa do ex-agente penitenciário, os policiais militares apreenderam três celulares, dez cartuchos calibre 380; cartucho calibre ponto 38; 11 cartuchos de munição calibre 12 (sendo três deflagrados); espargidor de pimenta; soco inglês; capa de colete com duas placas balísticas e dois pares de algemas.

Conforme apurado pela Polícia Civil, as placas balísticas e um dos pares de algemas pertencem à Secretaria de Estado de Defesa Social. Na casa do ex-detento, os militares apreenderam porções de haxixe, crack, maconha e cocaína, balança de precisão e triturador de maconha.

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.