Outubro Rosa tem levado esclarecimentos à população
Doença é a que possui maior incidência e mortalidade entre as mulheres. Com diagnóstico precoce, chance é de 95% de cura
O câncer de mama é o tipo da doença que possui maior incidência e mortalidade na população feminina em todo o mundo, conforme a Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC). No Brasil, são esperados 57.960 novos casos ao longo de 2017, o que corresponde ao risco estimado de que, a cada cem mil mulheres, 56 poderão ser diagnosticadas, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). A doença tem tratamento e, com diagnóstico precoce, apresenta possibilidade de 95% de cura. No mês em que é realizada a campanha Outubro Rosa – um alerta para a sociedade sobre a importância de disseminar a informação e incentivar a prevenção do câncer de mama – especialistas orientam sobre sintomas, tratamentos, cuidados, mitos e verdades relativos à doença.
Na segunda-feira (23), a Ascomcer irá disponibilizar o Ascomóvel em frente ao hospital (Avenida Presidente Itamar Franco 3.500, Cascatinha), para a realização de exames clínicos de mama e preventivo gratuitos. O atendimento será das 13h às 17h. Na terça-feira (24), será realizada palestra para pacientes da unidade sobre Manutenção da Saúde, com o especialista em nutrição Luís Cláudio Coelho. Na sexta-feira (27), está agendada uma exposição de fotos do Grupo Vitoriosas, que oferece suporte às pessoas em tratamento ou controle do câncer de mama. O evento acontece às 14h, no parque do Museu Mariano Procópio. Para o fechamento da campanha, no dia 31, está marcada a Passeata Outubro Rosa no Parque Halfeld, entre 14h e 17h, para a distribuição de materiais informativos. Na ocasião, o Ascomóvel também estará disponível para exames.
O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve no seio e pode atingir a axila e, até mesmo, outros órgãos, em caso de metástase. Como todo tipo de câncer, ele é caracterizado pelo crescimento rápido e desordenado das células. Inicialmente é assintomático, por isso, especialistas destacam a importância dos exames de prevenção. “As mulheres a partir dos 40 anos constituem o grupo de risco e devem realizar anualmente a mamografia”, explica a mastologista integrante da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e do projeto Viva a Vida da Acispes em Juiz de Fora, Estela Junges Laporte.
‘É muito importante falarmos sobre este assunto’
Segundo informações do Inca, “a idade continua sendo um dos principais fatores de risco. As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos”. Outros fatores estão relacionados à genética, à história reprodutiva e hormonal da mulher e aos hábitos comportamentais (ver quadro). O instituto orienta que é possível reduzir os riscos. “Manter o peso corporal adequado, praticar atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas ajudam. A amamentação também é considerada um fator protetor.”
A realização do autoexame das mamas é recomendada para mulheres de todas as idades. “Olhe e apalpe para reconhecer as variações naturais e identificar as alterações suspeitas”, recomenda o Inca. Já o Instituto Oncoguia, formado por um grupo de profissionais de saúde e ex-pacientes de câncer, alerta para a atenção em relação às alterações como retração da pele ou do mamilo, inchaços, assimetria, vermelhidão, secreção e gânglios nas axilas. A presença de nódulos não necessariamente significa câncer, podendo ser cistos e adenomas benignos.
O autoexame não deve ser o único método de prevenção, pois somente a mamografia possibilita o diagnóstico precoce da doença, o que aumenta a probabilidade de cura. “Inicialmente, o câncer de mama não apresenta sintomas. Eles aparecem conforme o avanço da doença”, informa a mastologista Estela Junges Laporte. É muito importante falarmos sobre este assunto, pois no Brasil a prevenção ainda é deficitária.” A SBM defende que a população deve se desfazer de mitos que afastam as mulheres da mamografia, como o medo do diagnóstico ou de que o exame seja doloroso, assim como questões culturais, como vergonha do médico ou ciúmes do marido.
Tratamento é oferecido pelo SUS
Para identificar o câncer de mama, o médico pode solicitar exames como ultrassonografia, mamografia e ressonância magnética. O diagnóstico só é possível com a realização de biópsia. “É por meio dela que é possível saber qual o estágio da doença e a estratégia que será adotada para o tratamento”, esclarece a mastologista integrante da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e do projeto Viva a Vida da Acispes em Juiz de Fora, Estela Junges Laporte.
Os tratamentos podem ser de cunho cirúrgico ou clínico, dependendo do avanço da doença. Na primeira possibilidade, é feita a retirada parcial ou total da mama, que pode ser reconstruída posteriormente. “Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de fazermos a chamada cirurgia conservadora, pela qual retiramos o tumor com uma margem de segurança e preservamos ao máximo a mama.” Já o tratamento clínico pode ocorrer por meio de quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia ou alvo-específico. A especialista informa que todos os tratamentos são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo a cirurgia para a reconstrução da mama.
‘Tem cura’
Durante o tratamento, é indicado que os pacientes sejam atendidos por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, dentre outros profissionais. “Este suporte ajuda muito, pois além de oferecer acolhimento, dá mais segurança, confiança, melhora a imunidade e a autoestima. Também é recomendável a participação em grupos de apoio com outras pessoas que estão em tratamento ou controle. O câncer de mama tem cura.”