Atos no Calçadão e na Praça da Estação protestam contra mortes de mulheres

Psicóloga Marina Gonçalves da Cunha, morta no fim de maio em JF, e vereadora Marielle Franco foram lembradas


Por Carolina Leonel (colaborou Renan Ribeiro)

22/06/2018 às 19h18- Atualizada 22/06/2018 às 22h10

Amigos e familiares cobraram por justiça no caso da morte da psicóloga (Foto: Olavo Prazeres)

Atos de luta e solidariedade marcaram o fim da tarde e o início da noite desta sexta-feira (22) em Juiz de Fora. No Calçadão da Halfeld, em frente à agência do Banco do Brasil, a vigília “Chega de Feminicídio – Em memória de Marina e de todas as outras” – cobrou justiça pelo assassinato da psicóloga Marina Gonçalves da Cunha. O esposo da vítima, suspeito de ter cometido o crime, foi preso, mas recebeu um alvará de soltura, concedido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na última sexta-feira (15).

(Foto: Olavo Prazeres)

Marina faria aniversário na última terça-feira. “O nosso intuito é cobrar por justiça e que o marido de Marina seja preso, além de chamar a atenção para a luta contra os casos de feminicídios. Queremos acolher as famílias e mostrar que estamos lutando por elas”, afirma Laiz Perrut, uma das integrantes do Coletivo Maria Maria – Mulheres em movimento, responsável pela organização. Os familiares de Marina participaram da ação vestindo camisas com a hashtag #marinapresentecontraofeminicidio.

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“Queremos que a Justiça seja feita. Ele é um réu confesso, estamos inconformados com a situação da soltura. Não temos como explicar essa energia que recebemos (das pessoas no ato). Faltam palavras! É isso o que motiva a gente a continuar lutando e dá força para enfrentar esse fato”, falou o irmão de Marina, Marino Liberato da Cunha Júnior. Também estavam na manifestação a mãe e os filhos da psicóloga, entre outros familiares.

Morte da vereadora Marielle também foi lembrada, em ato realizado na Praça da Estação (Foto: Olavo Prazeres)

Eles se juntaram em oração, fizeram um jogral e também lembraram o caso de Jomara Rodrigues do Amaral, assassinada pelo marido diante das duas filhas, em 2009. Familiares de Jomara acompanharam a vigília. Condenado em 2015 a dez anos de reclusão, o marido da vítima aguarda o cumprimento da pena em liberdade. Além das velas, foi feita uma ‘lista de sangue’, com os nomes de vítimas de feminicídio e de outras execuções.

A execução da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, que completou cem dias nesta sexta-feira, também foi lembrada por um grupo de pessoas que se reuniram na Praça da Estação, em ação denominada “100 dias sem uma de nós”, organizada pelo Fórum 8M. De acordo com uma das integrantes do movimento, Lucimara Reis, a execução da vereadora carioca é um marcador, entretanto, a manifestação representa, também, vítimas de feminicídios e de outros assassinatos, como de ativistas e militantes políticos, de pessoas LGBT e da juventude negra. “Cada vela que foi acesa representa uma vítima dessas violências. É um ato de respeito, de luta e que propõe uma discussão ampla”.

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