Suspeita de maus-tratos a mais uma criança


Por Tribuna

22/05/2015 às 19h03

O bebê de 11 meses que deu entrada no CTI da Santa Casa de Misericórdia, na última quarta-feira (20), com suspeita de ter sido vítima de maus-tratos, não tem previsão de alta, apesar de seu quadro ser estável. Com hematoma na cabeça, o menino sofreu traumatismo cranioencefálico e passa por série de exames no hospital. A hipótese de violência contra a criança teve início ainda na terça-feira, quando médicos da UPA de São Pedro a avaliaram em função de um quadro de convulsão. O mesmo bebê já havia dado entrada na unidade outras vezes, o que fortaleceu a desconfiança em relação à forma como ela vinha sendo tratada. Representantes da UPA já haviam, inclusive, enviado relatório para o Conselho Tutelar Sul há cerca de um mês com dados sobre atendimentos anteriores ao bebê, que está hoje sob a guarda provisória da avó materna.

O caso será investigado já que a mãe do menino alega que, devido ao trabalho, era obrigada a deixar o filho com pessoas diferentes. Ela está indo ao hospital visitar a criança que está com medida protetiva. Um dos médicos que atendeu a vítima e que prefere ter o nome mantido em sigilo afirmou que a lesão apresentada é compatível com um quadro de maus-tratos. Apesar de não haver conclusão sobre o caso, uma das hipóteses é que o bebê possa ter sofrido convulsão devido a lesão cerebral por abuso, termo que descreve uma série de sinais e sintomas que ocorrem em consequência da sacudida vigorosa do bebê, o que causa forças de aceleração do cérebro dentro do crânio, com consequentes lesões. O grau de dano cerebral depende da quantidade, duração da violência e das forças que resultarem em impacto na cabeça. O trauma provoca alterações neurológicas que vão desde a letargia, tremores e vômito, até convulsões, coma e morte.

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A situação de vulnerabilidade desta população é confirmada pela prevalência de ocorrências em que a vítima é a criança. No último dia 7 de maio, Luana Silva da Rocha, de apenas 2 anos, foi levada sem vida para o Pronto Atendimento Infantil (PAI). Ela foi morta após ser espancada por chutes e socos dentro da casa onde morava com a mãe e o padrasto. Principais suspeitos do crime, os dois estão presos desde o dia 8.

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