Secretaria de Estado da Saúde divulga balanço epidemiológico para dengue, zika e chicungunya

Situação está sob controle em Juiz de Fora e risco de epidemia é maior nas cidades da região leste do estado. O aumento considerável dos casos de febre chicungunya preocupa as autoridades de saúde


Por Tribuna

21/12/2017 às 07h00- Atualizada 21/12/2017 às 08h12

A temporada de verão que começa oficialmente hoje, no hemisfério sul, e vai até 20 de março do ano que vem, também marca a chegada do maior período chuvoso do ano. Devido ao aumento da incidência de chuvas, a água parada e acumulada volta a ser uma preocupação para as autoridades de saúde e para a população, de maneira geral, diante da possibilidade de proliferação acentuada do mosquito Aedes aegypti. No último Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde, nesta semana, Juiz de Fora apresenta risco baixo para um novo surto de dengue.

“Esse ano foi não-epidêmico, tivemos 239 casos de dengue notificados, dos quais 71 foram confirmados. Já com relação ao zika e à febre chicungunya, registramos poucas ocorrências: 7 casos de zika confirmados e 6 de chicungunya. Nenhum óbito”, comemora Michele Freitas, gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo ela, a redução acentuada dos casos é um comportamento esperado após um ano de números alarmantes como os registrados em 2106: 49 óbitos e 35.026 casos de dengue, na cidade.

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Entre as causas que justificam a situação satisfatória e sob controle vivida hoje pelo município, estão as ações continuadas de prevenção desenvolvidas ao longo de todo o ano e o efeito do resultado anterior provocado nas pessoas que se tornaram mais vigilantes. “Temos feito um trabalho intensivo. Nas visitas dos agentes de combate a endemias, eles orientam e verificam os possíveis focos nas residências. Temos também a equipe de educação e saúde que visita as escolas e empresas, dá palestras de capacitação e sensibilização, e ainda desenvolve ações lúdicas como o teatro de fantoches para as crianças”, afirma Michele Freitas.

No entanto, a boa notícia não deve servir como causa de acomodação para a população. “A vigilância precisa ser mantida, sobretudo nesta época do ano, muito quente e com muita chuva. É também quando as pessoas viajam e o risco da ocorrência de recipientes com água parada que funcionam como criadouros para o mosquito aumenta consideravelmente”, alerta.

Situação preocupante na região leste do estado

“Estamos felizes por Juiz de Fora não estar convivendo com esse surto, mas a vigilância não pode parar. Todos temos que fazer a nossa parte na eliminação dos criadouros”, destaca Michele (Foto: Olavo Prazeres)

Em Minas Gerais, a situação mais preocupante, segundo o último boletim divulgado, na segunda-feira, 18, está concentrada no Vale do Rio Doce, zona leste do estado, sendo que 16 municípios receberam o alerta de perigo máximo para o risco de epidemia de dengue.

De acordo com o levantamento, entre os criadouros predominantes estão o armazenamento de água e depósitos passíveis de remoção, ou seja, práticas sujeitas à ação preventiva da população que precisa e deve colaborar, mantendo as caixas d’água bem tampadas e eliminando qualquer recipiente que possa servir como ambiente para a reprodução do mosquito.

Também chama a atenção nos dados apresentados no boletim, o aumento considerável dos casos de chicungunya, sobretudo em Governador Valadares e Teófilo Otoni. “Estamos felizes por Juiz de Fora não estar convivendo com esse surto, mas a vigilância não pode parar. Todos temos que fazer a nossa parte na eliminação dos criadouros”, observa Michele Freitas, gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde.

Levantamento de infestação

O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA) fornecem informações sobre o mosquito antes do início do verão, antecedendo o período de maior transmissão, com vistas ao fortalecimento das ações de combate vetorial nas áreas de maior risco.

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Estes levantamentos permitem a identificação dos criadouros predominantes e a situação de infestação dos municípios que o realizaram. Os índices até 0,9% indicam condições satisfatórias, entre 1% e 3,9%, situação de alerta e índices superiores a 4%, risco de surto. Dos 802 municípios que fizeram o monitoramento em outubro de 2017, 16 apresentaram índices de infestação predial (IIP) superiores a 3,9%, ou seja, com risco para ocorrência de surto, 178 estão em alerta e a maioria, 608, encontra-se em situação satisfatória.

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