Polícia Civil inicia força-tarefa em condomínios populares

Ação começou com panfletagem no Miguel Marinho, Zona Norte; objetivo é impedir o domínio do tráfico nos espaços, a expulsão de moradores de imóveis e os homicídios


Por Tribuna

21/09/2017 às 12h34- Atualizada 21/09/2017 às 12h38

(Foto: Leonardo Costa)

A Polícia Civil deu início nesta quinta-feira (21) aos trabalhos operacionais da força-tarefa criada para inibir ações criminosas nos empreendimentos do programa “Minha Casa, Minha Vida” de Juiz de Fora. O primeiro condomínio que os policiais visitaram foi o Miguel Marinho, localizado na Zona Norte, onde vivem 374 famílias. O local é o mesmo onde assessores parlamentares da delegada e vereadora Sheila Oliveira foram impedidos de entrar por homens armados.

A ação de hoje envolveu policiais de várias delegacias e consistiu na entrega e colagem de panfletos informando sobre a realização da operação “ProteJÁ”. No material entregue há informações sobre a ação e como os moradores podem denunciar, via telefone 197, crimes que ocorrem no residencial. As principais preocupações da Polícia são domínio do tráfico nos espaços, expulsão de moradores de imóveis, ameaças, aliciamentos de menores e homicídios. A Tribuna noticia desde 2014 a expulsão de famílias de residenciais de Juiz de Fora. A última denúncia foi em julho deste ano, no Parque das Águas, Zona Norte da cidade. 

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A imprensa acompanhou a ação desta quinta, e foi possível perceber que os moradores se sentem acuados com a situação em que vivem. Sob condição de ter os nomes mantidos em sigilo, duas moradoras conversaram com a reportagem. Sem detalhar o que ocorre no Miguel Marinho, as mulheres disseram que se sentem presas em suas próprias casas. Elas avaliaram como positiva a criação da força-tarefa e acreditam que ela trará resultados positivos. “Acontece muita coisa aqui, e a gente não pode falar nada, temos medo”, declarou uma moradora.

A delegada regional, Patrícia Ribeiro, avaliou que os residentes ficam receosos de falar pessoalmente sobre os problemas de segurança pública que enfrentam, porém, pontuou que as denúncias já começaram a chegar pelo 197. “Fomos muito bem recebidos aqui, mas percebo claramente que as pessoas de bem se sentem acuadas e com medo de nos dizer o que realmente acontece. Nós viemos aqui exatamente para explicar como irá funcionar esta força-tarefa e garantir que tudo que denunciarem ficará no anonimato. O telefone 197 já está funcionando e já recebemos denúncia. Agora vamos trabalhar as informações que tivemos, mapeá-las e esquematizar o trabalho de inteligência. Acredito que o trabalho será muito positivo,” disse.

(Foto: Leonardo Costa)

A delegada que coordena os trabalhos, Sheila Oliveira, acredita que a presença da polícia panfletando nos espaços já ajuda a inibir a ação de criminosos. “Mostra aos criminosos que estamos atentos ao que vem ocorrendo. Sobre a população de bem, sabemos que tem o medo sim, há famílias sendo expulsas destes residenciais, bandidos andando armados e intimidando. Eu acredito muito na força da prevenção, é melhor do que apreender drogas, armas. O trabalho que estamos fazendo hoje é de prevenção. Depois, por meio das denúncias que vão chegar para nós, é que vamos atuar na parte de repressão, com prisões e apreensões”, pontuou.

Ainda nesta quinta-feira os policias iriam em mais um condomínio na Zona Norte. A equipe irá visitar nos próximos dias os 15 residenciais do “Minha Casa, Minha Vida”. As chamadas para o 197 poderão ser feitas de segunda a sexta-feira, de 9h ao meio-dia e das 14 às 18h.

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