Professores, alunos e pais protestam contra parcelamento de salários na rede estadual
Com o lema “Não pagou, parou”, a categoria entrou em greve no último dia 11. Desde então, as escolas estão sem aula.
Professores da rede estadual de ensino, juntamente com alunos, pais e servidores aposentados, reuniram-se nesta quinta-feira (21) em protesto contra o Governo do estado. Os atos, com direito a passeatas pelas ruas, foram motivados pelo pagamento parcelado dos salários e aposentadorias, que perdura há, pelo menos, dois anos. Com o lema “Não pagou, parou”, a categoria entrou em greve no último dia 11 e, desde então, as escolas estão sem aula.
Conforme a diretora de comunicação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) subsede Juiz de Fora, Yara Aquino, o governador Fernando Pimentel (PT) prometeu pagar os salários e aposentadorias no dia 13, contudo, o depósito só ocorreu no dia 15, apenas para os servidores ativos. Além disso, só foi depositada uma parte dos salários. Os inativos só receberam o pagamento de R$ 500 — metade do previsto — no dia 19. “Estaremos em luta e mobilizados até que o governo regularize essa situação. Estamos vivendo esta angústia, pagando juros, há dois anos”, destacou.
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Para esclarecer sobre a paralisação, mesmo após o pagamento de parte dos salários, o Sind-UTE/MG publicou, na tarde desta quarta-feira (20), uma nota em seu site dizendo que a entidade foi informada pela Secretaria de Planejamento e Gestão de que o Governo faria o depósito no valor de até R$ 1.500 como restante da primeira parcela dos salários para parte da categoria da educação. O sindicato reiterou que a decisão de suspender as atividades até que os servidores da educação recebessem a primeira parcela dos salários, sem distinção de cargo, vínculo ou condição de ativo ou aposentado, foi definida durante seu Congresso Estatutário, e que o governo foi notificado desta decisão no dia 5 de junho. “Como o governo ainda não efetuou o pagamento integral da primeira parcela para toda a categoria, esclarecemos que a suspensão das atividades, conforme decisão do Congresso, continua até que toda a categoria receba a primeira parcela integral do salário”, disse a nota.
Ainda no mesmo dia, a Secretaria de Estado de Fazenda, por meio de sua assessoria de comunicação, informou que 100% dos servidores ativos do Executivo Estadual receberam a primeira parcela dos salários e que os valores pendentes foram depositados na tarde de quarta. Sobre o depósito dos valores restantes referentes à primeira parcela de parte dos servidores inativos, a pasta disse que “os depósitos serão feitos tão logo o fluxo de caixa do Tesouro Estadual seja normalizado”.
Movimento nas ruas
Os protestos dos trabalhadores em educação do estado tiveram início pela manhã, quando a categoria realizou dois atos simultâneos: um em frente ao Instituto Estadual de Educação (Escola Normal), região Central, e outro em frente à Escola Estadual Professor José Saint Clair Magalhães Alves, na Zona Norte. A Tribuna acompanhou a ação no Centro, que começou por volta das 9h, com vigília em frente ao instituto. Com faixas e cartazes trazendo dizeres contra o governo e pedindo mais valor à educação, os manifestantes seguiram em passeata. Às 10h15, eles tomaram a Avenida Itamar Franco e, de lá, partiram para a Rua Batista de Oliveira e, depois, para o Calçadão da Rua Halfeld. Às 11h, eles encerraram o protesto em frente à Câmara Municipal. Agentes da Settra e policiais militares acompanham a manifestação, que foi pacífica e com poucas interrupções no trânsito. A PM estimou em 150 o número de participantes. Já o sindicato não informou sua estimativa de público.
No início da tarde, a categoria voltou a se reunir, na Zona Norte, em frente à Escola Estadual Professor Quesnel, no Bairro Fábrica, e seguiu em marcha até a Escola Estadual Antônio Carlos, no Mariano Procópio, para, em seguida, finalizar o ato na Praça Agassis, no mesmo bairro. Manifestações da categoria estão acontecendo, durante a semana, na região. No próximo sábado (23), outro ato acontece, às 9h, no calçadão de São João Nepomuceno, cidade a 65 quilômetros de Juiz de Fora.