Estado tem cinco novos casos de febre amarela em pessoas vacinadas

Secretaria de Estado de Saúde confirmou a ocorrência; um dos pacientes já tinha recebido duas doses da vacina


Por Tribuna

21/06/2018 às 15h56

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) informou, em boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (21), que 16 mineiros infectados com febre amarela eram vacinados contra a doença. A novidade gira em torno de cinco novas confirmações, visto que, em boletins anteriores, a pasta já tinha confirmado a existência de 11 registros em pessoas vacinadas. No total, 351 mineiros foram infectados com a doença e 177 pessoas morreram desde julho do ano passado, somando 528 casos e configurando o pior surto de febre amarela em Minas Gerais.

Conforme o informe epidemiológico, os 16 infectados vacinados representam 3% do total de casos confirmados, porcentagem que estaria de acordo com a estimativa de eficácia de 95% a 98% da vacina, conforme literatura científica. Segundo nota oficial da SES, o índice aponta que “a vacina é considerada altamente eficaz e segura na prevenção da transmissão do vírus, sendo ainda a principal medida a ser adotada.” Do total de pacientes vacinados e infectados, 15 tinham recebido uma dose da vacina e um relatou ter recebido duas doses. A mediana de idade destes casos é de 21 anos, sendo que o infectado mais novo tinha 7 anos e o mais velho, 86. A mediana de idade de imunização entre eles é de 15 anos. Onze são homens e cinco são mulheres.

PUBLICIDADE

Ainda em nota, a pasta afirmou que todos passaram por “extensa investigação, incluindo exames laboratoriais, que permitiram concluir que se tratavam de casos de febre amarela”. Os registros foram investigados e confirmados por uma comissão, que observou a presença de sinais e sintomas compatíveis com a definição de caso suspeito da doença; alterações laboratoriais compatíveis com a doença; resultado laboratorial reagente ou detectável para febre amarela, realizado em laboratório de referência; vínculo epidemiológico com casos confirmados e/ou epizootias nos municípios e/ou regionais de residência; comprovação de vacinação para febre amarela através de documentação.

Aumenta número de registros em Juiz de Fora

Em Juiz de Fora, três novos registros em pacientes vivos foram confirmados, totalizando 33 casos. Outros dez óbitos foram confirmados para a doença no município. No total, a cidade tem 43 registros da doença e configura como a segunda no ranking da doença no estado, atrás de Mariana. Na região pertencente à Gerência Regional de Saúde (GRS), já são 85 confirmações de pacientes infectados, com 35 mortes.

Com relação ao último boletim, divulgado em 5 de junho, houve aumento de 44 casos confirmados de febre amarela em todo o estado, sendo sete óbitos. No entanto, conforme nota da SES, o aumento não reflete a ocorrência de casos no período atual, mas de registros que ocorreram ao longo do período de transmissão, cuja investigação foi concluída recentemente. Nos últimos boletins é possível notar a diminuição gradativa no total de confirmações, bem como o aumento de casos suspeitos descartados.

O informe aponta também aumento nos descartes: no total, 874 suspeitas foram descartadas desde julho de 2017, com 75 óbitos que teriam ocorrido por outros motivos. Ainda estão em investigação 64 possíveis casos da doença, sendo cinco mortes.

Inclassificáveis

Outra novidade no boletim da febre amarela divulgado nesta quinta é a inclusão de 41 casos considerados inclassificáveis, que se referem a situações nas quais os pacientes foram vacinados até 30 dias antes do início dos sintomas, mas manifestaram a doença. Segundo a SES, foi adotada investigação para definir se eram casos de febre amarela silvestre ou eventos adversos pós-vacinação (EAPV).

O conteúdo continua após o anúncio

“No entanto, para alguns casos, as provas laboratoriais não foram conclusivas ou não haviam amostrar adequadas para a realização do diagnóstico, não sendo possível fazer a diferenciação entre a doença e a EAPV”, diz a nota. No total, são 38 casos inclassificáveis em pacientes vivos e três óbitos.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.