Juiz de Fora atinge alta incidência de casos prováveis de dengue
Número de suspeitas da doença ultrapassa 300 a cada cem mil habitantes, indicador que torna a cidade elegível a receber recursos adicionais do Estado
O boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), divulgado nesta terça-feira (21), colocou Juiz de Fora no quadro de municípios com alta incidência de casos prováveis de dengue pela primeira vez em 2019. Segundo o relatório, o município registra 332,62 suspeitas da doença a cada cem mil habitantes, indicador que torna a cidade elegível para receber recursos adicionais do Estado para o combate à dengue.
Com total de 1.877 casos prováveis, ante aos 1.614 registrados no boletim divulgado na semana passada, Juiz de Fora apresenta crescimento também percebido no âmbito estadual – em todo o estado, o número de suspeitas saltou de 247.602 para 289.500, apontando mais de 50 mil novas suspeitas em uma semana.
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A expectativa é de que, com o aumento nos índices, Juiz de Fora passe a integrar o grupo de cidades assistidas pelo governo estadual por meio das verbas adicionais para combate à dengue, possibilitadas por meio da Resolução 6.721, de 14 de maio de 2019. Conforme o texto, o Governo de Minas se compromete a repassar incentivo financeiro complementar para municípios com alta incidência de dengue, cujo valor varia de acordo com o tamanho da população. Cidades com mais de 400 mil habitantes – que é o caso de Juiz de Fora -, devem receber R$ 400 mil.
Desde abril, a SES divulgou, ao todo, três resoluções, que tratam de repasses financeiros nos valores de R$ 20 mil a R$ 400 mil para municípios com alta ou muito alta incidência de casos suspeitos de dengue. Até então, 264 cidades ficaram entre os dois níveis.
Óbitos
O boletim não confirma ainda se os sete óbitos registrados em Juiz de Fora teriam, de fato, ocorrido em decorrência da dengue. A SES confirma, no entanto, que outros 49 óbitos foram causados pela doença em outras regiões do estado, enquanto outras 97 mortes suspeitas continuam em investigação. A pasta destaca que, com o longo do processo para se registrar as suspeitas de casos de dengue e confirmar as causas dos óbitos suspeitos, os dados atualizados semanalmente podem não refletir com exatidão o aumento de casos ocorridos na semana que precede o boletim.
Posicionamento da PJF
Segundo a Secretaria de Saúde, até a última sexta-feira (17), foram confirmados 1.546 casos de dengue e 155 de chikungunya. Em nota, a pasta destacou que o aumento observado nos boletins epidemiológicos não é, necessariamente, referente ao período entre as atualizações, “porque existem muitas notificações em investigação, ou seja, à espera do resultado laboratorial que, em sua grande maioria, é realizado pela Funed, em Belo Horizonte.” Desta forma, os dados são atualizados à medida em que os resultados chegam à PJF.
Sobre o aumento na incidência, a pasta informou que continuará mobilizada no combate ao Aedes aegypti, por meio da sala de operações da dengue e de ações como limpeza de lotes e locais com possíveis criadores do vetor, realização de forças-tarefas, aplicação de larvicidas, intensificação dos trabalhos do setor de Educação em Saúde e com a realização de blitze educativas.
Tópicos: dengue