Fezes de pombos provocam suspensão de aulas


Por Camila Caetano

20/10/2014 às 11h54- Atualizada 20/10/2014 às 12h47

Os alunos da Escola Municipal Vereador Marcos Freesz, na Rua Professor Pelino de Oliveira, no Bairro Eldorado, Zona Nordeste, foram surpreendidos ao chegarem na instituição nessa segunda-feira (20). Não haveria aula, durante todo o dia, devido à presença de fezes de pombos na escola. Segundo os funcionários, após a chuva, entrou água pelo telhado da escola, o que fez com que as fezes dos pombos descessem. Sendo assim, a escola teve que passar por uma limpeza para poder retornar às aulas somente na terça-feira (21). De acordo com a direção haverá reposição do dia, que será analisado com a Secretaria de Educação, de forma que os alunos não tenham prejuízos pedagógicos.

De acordo com os funcionários, sempre que há uma chuva mais intensa a escola passa por esse tipo de problema. A equipe escolar assegura que um memorando foi enviado para a Secretaria de Educação (SE) solicitando reformas, todas especificadas em uma planta, contudo, até o momento não houve nenhuma obra. A maioria das janelas da escola está com proteção para que os pombos não entrem, porém, como a escola não possui laje, os animais se instalam entre o forro e o lambri, onde fazem diversos ninhos.

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Em nota, a Secretaria de Educação (SE) afirma que está estudando uma solução adequada do ponto de vista ambiental, pois as intervenções realizadas até o momento não surtiram efeito. “Empresas especializadas estão sendo contatadas para que encontrem outras alternativas, uma vez que a cidade como um todo enfrenta situações semelhantes. A equipe de obras da SE foi enviada à E.M. Marcos Freezs para avaliar possibilidades de outras intervenções que podem ser feitas, uma vez que não há previsão de obras de grande porte para a instituição de ensino”. De acordo com a assessoria, enquanto não há recursos para fazer uma laje na escola, apenas a manutenção de limpeza das calhas resolve o problema de vazamento no telhado.

O veterinário do Departamento de Zoonoses da Secretaria de Saúde, José Geraldo de Castro Júnior, destaca que a presença de pombos ocorre em diversas cidades, e Juiz de Fora não está isenta. “Os pombos só ficam onde há alimento, abrigo e possibilidade de acesso. Não há relação com o clima”, afirma. Para o veterinário, a beleza do animal e as questões religiosas relacionadas ao pombo, contribuem para que a população distribua alimentos a ele. “O que fazemos é sempre trabalhar essa questão com as pessoas, com a distribuição de folders educativos, e palestras, mas o resultado será a longo prazo”.

Ainda de acordo com José Geraldo, caso o Departamento de Zoonoses fosse solicitado pela Escola Municipal Vereador Marcos Freesz, apenas trabalhos educativos poderiam ser feitos, como passar orientações técnicas a serem realizadas para conter os pombos, visto que não se pode utilizar venenos nesse tipo de animal. Sendo assim, seria necessário contratar uma empresa especializada para fazer alguns procedimentos, como colocar gel em pontos específicos, o qual faz com que os pombos escorreguem, dentre outras alternativas, como a inserção de telas no telhado.

Os pombos transmitem doenças ao ser humano quando infectados por bactérias e fungos. E a contaminação acontece quando há partículas de fezes e secreções suspensas no ar ou em contato com a água – por meio de caixas d’água abertas – e alimentos.

“Tenho muito medo das crianças pegarem alguma doença. Meus dois netos estudam aqui, fico sempre com receio”, desabafa a avó Arina Paiva.

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