Com ajuda de pegada, polícia conclui latrocínio de idoso morto com golpes de picareta

Adolescente que estaria envolvido em mais de 40 ocorrências teria participado da ação; um jovem já está preso e uma mulher aguarda processo em liberdade


Por Sandra Zanella

20/05/2022 às 14h58

A Polícia Civil concluiu a investigação relacionada ao latrocínio do idoso João Batista da Silva, de 69 anos, assassinado a golpes de picareta na cabeça, no dia 14 de fevereiro, no Bairro de Lourdes, Zona Sudeste de Juiz de Fora. Um jovem, 20, indiciado pelo roubo seguido de morte, está preso preventivamente. Um adolescente, 17, que também teria participado da ação criminosa, vai responder pelo ato infracional. O acautelamento dele foi solicitado à Vara da Infância e Juventude.

De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Rogério Woyame, as investigações do latrocínio apontaram que a dupla teria premeditado o ato violento para roubar o dinheiro que eles sabiam que a vítima guardava em casa. Ainda segundo ele, na ocasião, uma usuária de drogas chegou a ser coagida por eles para entrar na residência e distrair o idoso, enquanto praticavam o roubo. “Ela está aguardando o processo em liberdade, até porque estava grávida e teve o bebê”, complementou o delegado.

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Na manhã daquele dia, o idoso foi encontrado sem vida pela sua irmã, 53, caído na cozinha da residência, situada na Avenida Rivelle. O morador estava todo ensanguentado, e a casa revirada. O Samu foi acionado e constatou o óbito no local. A PM apreendeu a picareta possivelmente usada para agredir e matar o homem, que apresentava vários ferimentos na cabeça e no rosto. “A vítima foi morta de forma muito cruel, com diversos golpes de picareta. Fomos procurados por um parente, que nos trouxe relevantes informações sobre seu cotidiano: quem frequentava a casa, com quem costumava se relacionar e alguns de seus hábitos, para que pudéssemos levantar alguns suspeitos do caso”, contou Woyame, sobre o início das apurações.

De acordo com ele, o idoso teria costume de contar que estava “com muito dinheiro em casa”, inclusive quando frequentava bares. “Certamente isso chamou a atenção dos criminosos.” Conforme Woyame, os suspeitos do crime seriam ligados ao tráfico de drogas e teriam coagido a usuária porque ela teria uma dívida com eles. “Ela foi obrigada a chamar o senhor. Quando ele percebeu que era uma mulher na porta, abriu, e os dois criminosos entraram na casa junto com ela. Pegaram diversos objetos da vítima e, provavelmente, como não tinha o dinheiro que esperavam, começaram a ficar cada vez mais violentos e acabaram por matá-la dessa forma cruel.”

Pegada ajudou a Polícia Civil na elucidação de latrocínio (Foto: Divulgação / Polícia Civil)

A suspeita de ter sido usada de isca no latrocínio foi abordada pela polícia no dia seguinte ao crime e, segundo o delegado, estava usando o mesmo chinelo correspondente a uma pegada encontrada em cima de mancha de sangue na casa. “Isso nos deu certeza de que ela se encontrava no local do crime na hora do fato. A partir daí, já tínhamos informações sobre quem seriam os suspeitos.”

Entre atos infracionais, estão de homicídio, tráfico e roubo

De acordo com a Polícia Civil, o adolescente suspeito de participar do latrocínio do idoso estaria envolvido em mais de 40 ocorrências de atos infracionais análogos a crimes de homicídio, tráfico, roubo, entre outros. Ele e o jovem preso pelo roubo seguido de morte também são investigados por tráfico de entorpecentes no Bairro Poço Rico, Zona Sudeste, principalmente relacionado à venda de crack.

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