Rodízio deve continuar o ano todo


Por Eduardo Valente

20/03/2015 às 18h21- Atualizada 20/03/2015 às 19h11

Segundo o diretor-presidente da Cesama, André Borges de Souza, conscientização de todos é fundamental (Foto: Fernando Priamo/20-03-15)
Segundo o diretor-presidente da Cesama, André Borges de Souza, conscientização de todos é fundamental (Foto: Fernando Priamo/20-03-15)

A Cesama trabalha com a possibilidade de manter o rodízio de abastecimento de água durante todo o ano. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (20) pelo diretor-presidente da companhia, André Borges de Souza, durante entrevista coletiva. Na ocasião, ele explicou a situação atual do abastecimento da cidade, a qual considera “complicada”, e apresentou as ações para evitar o desabastecimento nos próximos meses. A preocupação maior existe porque, com o outono, tem início também o período de estiagem. Ou seja, o reduzido volume de chuvas observado nos meses de instabilidade diminui a partir de agora, e a represa de João Penido, ainda a principal fonte de distribuição de água na cidade, está com índice insatisfatório para esta época do ano. O acumulado de água no manancial está em torno dos 41% e, no mesmo período do ano passado, o índice estava em 85%. “Começamos neste patamar e ela declinou para 18%. Iniciar agora, com 41%, é muito crítico e mesmo que chova nas próximas semanas, não será suficiente para mudar a situação. Por isso é fundamental a conscientização para economizar água.” O novo ciclo de precipitações, historicamente, só retorna em outubro.

Conforme André, a crise hídrica ocorre porque, embora os investimentos estruturais tenham sido feitos, a chuva não veio como se esperava nos dois últimos períodos. Além disso, apesar do rodízio, a população tem economizado pouco, como a Tribuna já mostrou. A economia no consumo, que em outubro era de 6%, declinou para 5,6%, em novembro; 1,9%, em dezembro; 2,8%, em janeiro e 3,7% no mês passado. André, inclusive, considera a hipótese de intensificar o rodízio em certo momento, caso seja necessário.

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Para evitar que João Penido seque, a aposta está na maior utilização do manancial de Chapéu D`Uvas, que deverá subir sua contribuição de 250 litros por segundo para 450 litros por segundo ao longo do ano, e também operar o Ribeirão Espírito Santo (manancial de passagem) em sua capacidade máxima, que são 600 litros por segundo. Para que não haja desabastecimento, o município precisa produzir cerca de 1.500 litros de água por segundo. O restante viria de São Pedro, 100 litros por segundo, e da própria João Penido, com 350 litros por segundo. Em situações normais, este manancial contribuiria com até 800 litros por segundo.

Campanha
Além das ações já colocadas em prática, como ir à casa de 250 famílias denunciadas por gastar água de forma inadequada, uma campanha de conscientização começará a ser veiculada na cidade a partir da próxima semana. Segundo o secretário de secretário de Comunicação Social, Michael Guedes, o conceito “Água é vida – cuide bem” será divulgado por meio de spots nas rádios e televisões e anúncios nos jornais. Há também a ideia de inserir folders nos elevadores dos condomínios da cidade. O objetivo é sensibilizar principalmente as crianças sobre o uso racional do recurso hídrico. Para isso, um personagem, em fórmula de molécula, foi desenhado e estará presente nos materiais de divulgação da campanha. Conforme Michael, o telefone de denúncias 115 também estará presente nas peças. A partir de segunda-feira (23), os juiz-foranos poderão escolher um nome para o personagem, por meio de enquete no site pjf.mg.gov.br.

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