Hospital da Unimed tem 90% das obras concluídas

Empreendimento ofertará mais 190 leitos na cidade; inauguração deve ocorrer em dois meses


Por Fabíola Costa

20/01/2019 às 07h00

(Foto: Fernando Priamo)

Com quase 90% das obras concluídas, o Hospital Unimed, que vai disponibilizar 190 leitos na saúde suplementar, deve realizar o ato inaugural em cerca de 50 ou 60 dias. A data para início das operações efetivas, no entanto, ainda não foi divulgada. Resultado de R$ 130 milhões de investimento (em números atualizados), o empreendimento, projetado para ser referência para um universo de 300 mil clientes da operadora não apenas de Juiz de Fora, mas de toda a Zona da Mata, deve gerar entre 800 e 900 empregos diretos durante a fase plena, a maioria para profissionais de saúde. A edificação, com 14 pavimentos e 12 andares, sendo de cinco a seis dedicados a apartamentos, ganha forma em um área de 35 mil metros quadrados (m2), localizada na Avenida Deusdedit Salgado, região Sul.

Em entrevista à Tribuna, o presidente da Unimed Juiz de Fora, Hugo Borges, disse que o processo construtivo está quase concluído. “O hospital está praticamente pronto. Falta muito pouco, uns 10% da obra.” Hoje uma equipe com mais de 50 profissionais atua na unidade, preparando-a para o início das atividades. O programa de ativação dos serviços essenciais, explica, será gradual, dos procedimentos de menor complexidade e maior segurança clínica para os de maior complexidade, até atingir 100% da assistência. “A ativação inicial talvez seja mais difícil do que o processo construtivo.”

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Nessa primeira etapa, em regime de hospital-dia, será oferecida assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial, para realização de procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos, que requeiram a permanência do paciente na unidade por um período máximo de 12 horas. Conforme o presidente, serão oferecidos quase todos os procedimentos que possam ser feitos em um ambiente de não internação. Progressivamente, afirma, serão realizadas cirurgias de médio porte, sem exigência de internações prolongadas, nem terapia intensiva.

“O hospital está prestes a começar a funcionar”, afirmou Hugo Borges, presidente da Unimed Juiz de Fora, à Tribuna (Foto: Fernando Priamo)

Realização de transplantes é projeto de médio prazo

“Vai numa escala até atingir a alta complexidade, mais para o final do ano e início de 2020.” Além de um pronto atendimento diferenciado, a unidade contará com setores de urgência e emergência, centros cirúrgicos e obstétricos e quartos reversíveis para apartamento e enfermaria. Entre os projetos de médio prazo, está a realização de transplantes.

Sobre as contratações, o posicionamento é de que o processo de seleção e recrutamento foi terceirizado e está sendo desenvolvido por consultorias para orientar nos procedimentos operacionais e assistenciais. À medida em que as vagas são criadas, explica Borges, as consultorias buscam no portal profissionais com o perfil desejado. Além da ampla oferta de profissionais qualificados em Juiz de Fora, o executivo identifica o interesse de profissionais de capitais, como Rio e São Paulo, que buscam na mudança uma oportunidade de ganho em qualidade de vida. “Estamos com facilidade para recrutar em todos os níveis, mesmo com o grau de exigência que as consultorias estão impondo.” A importância do hospital na geração de empregos foi destacada por ele.

O hospital próprio da Unimed será o único em um área de abrangência que engloba cerca de três milhões de habitantes. Por conta da localização, Borges comenta que o empreendimento tem despertado interesse de outras cooperativas localizadas nas regiões Norte e Sul fluminense, que teriam sinalizado a intenção de priorizar o encaminhamento dos pacientes para cá. Essa ampliação do atendimento, no entanto, só deve acontecer quando os procedimentos de alta complexidade estiverem disponíveis, disse, reforçando a intenção de fazer da unidade um hospital regional consorciado para alta complexidade. Os procedimentos de menor complexidade, diz, serão direcionados, prioritariamente, para os cerca de 125 mil clientes em Juiz de Fora.

Busca pela referência em acolhimento em Minas

No prazo de cinco anos, a meta da Unimed é transformar o hospital em referência em acolhimento e atendimento humanizado em Minas Gerais. Conforme o presidente, o hospital próprio está integrado a um ecossistema de saúde, cuja meta é oferecer atenção integral. “Queremos um atendimento com mais olho no olho e mais conversa. Esse é o conceito.” Para Borges, a inauguração será o marco de um novo modelo de atenção à saúde na região. “Quero que seja referência. Não é fácil, não depende só da gente, mas vamos conseguir.”

Com receita operacional bruta de R$ 570 milhões no ano passado, a projeção da Unimed Juiz de Fora é bater a marca de R$ 600 milhões em 2019. Por ser uma cooperativa, o presidente destaca que o recurso é quase integralmente utilizado na compra de serviços de saúde na praça, que inclui 170 prestadores entre hospitais, clínicas, laboratórios e serviços de imagem. Destacando a qualidade da rede prestadora e dos hospitais da cidade, o executivo afirma que o Hospital Unimed chega para somar. Prova disso, diz, é a intenção de manter o convênio com os hospitais parceiros, até para garantir direito de escolha aos 300 mil clientes da Zona da Mata, sendo 125 mil só da cidade. “Precisamos da rede, e a opção de escolha será do cliente.”

Com projeto arquitetônico moderno e arrojado, a operacionalização do hospital contará com itens sustentáveis, como aproveitamento de luz e ventilação naturais, aquecimento solar, reaproveitamento de águas pluviais e sistemas de tratamento de água e esgoto próprios. Além de a unidade já contar com abastecimento de energia elétrica, mantém uma usina completa, com seis geradores a diesel e dupla função: suprir a oferta em caso de rompimento do fornecimento pela companhia, além de servir como sistema de automação.

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Nos períodos de maior pico, a usina poderá produzir energia mais barata, reduzindo o consumo. Conforme Borges, a usina está dimensionada para uma possível segunda fase do projeto, um segundo prédio que, no futuro, pode ser construído, permitindo dobrar a capacidade de atendimento.

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