Greve dos ônibus entra no segundo dia com trânsito intenso nas ruas de JF
Sem o transporte coletivo urbano nas ruas, muitos juiz-foranos tirarem os carros da garagem na manhã desta terça-feira
A greve dos motoristas entra no segundo dia consecutivo e, assim como na terça-feira (18), segue grande o volume de veículos pelas ruas de Juiz de Fora. Nesta quarta (19), porém, o volume é bem mais intenso. Isso talvez se explique pelo fato de nesta data a população ter ciência que nenhum ônibus está circulando, diferente de terça quando havia expectativa de que 30% da frota fosse levada às ruas.
Com boa parte do comércio em funcionamento e o retorno de algumas atividades, a falta de coletivos torna ainda mais complicada a vida daqueles que precisam trabalhar, como é o caso da diarista Claudia Souza. “Antes eu estava em casa, pois minha patroa é gerente de uma loja de roupas. Agora ela voltou a trabalhar e, assim como ela, retornei ao serviço. Ontem (terça) consegui carona. Hoje estou saindo agora para chegar no Centro com calma e não me atrasar para o serviço ” disse.
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Circulando pela Vila Alpina, Estrela Sul, Dom Bosco, o motorista de aplicativo Luiz Antônio contou à reportagem que alguns trechos apresentam lentidão, uma vez que hoje o número de carros espalhado pelas ruas está bem maior que o do primeiro dia de greve. “As avenidas Rio Rranco e Presidente Itamar Franco já estavam cheias bem cedo”, disse, afirmando ter iniciado o trabalho por volta das 6h30.
De acordo com a plataforma Waze, operada em parceria com a Settra, há diversos pontos de engarrafamentos na manhã desta quarta-feira na cidade. Entre eles, destacam-se as ruas Coronel Vidal, da Zona Norte em direção ao Centro; na Avenida JK, para o Centro; nos dois sentidos da Avenida Rio Branco; e em pontos diversos da Avenida Brasil, desde o Bairro Santa Terezinha até o Poço Rico.
Estampidos incomodaram moradores
Moradores do entorno da Câmara Municipal reclamaram que foram acordados, por volta das 6h da manhã, com barulhos semelhantes a bombas de efeito moral. Conforme relato deles à reportagem, os artefatos foram disparados pelos rodoviários. O zelador de um prédio próximo, José Márcio, afirmou ter escutado os barulhos a cada meia hora. “Aqui moram muitos idosos, tem gestante, pessoas com dificuldade de dormir. Achei desrespeitoso com eles”
Uma idosa, de 89 anos, moradora de outro prédio, se disse assustada. “Eu acordei com esse barulho. Fiquei assustada. Meu esposo passou mal ontem e teve dificuldades para dormir. Aí, acordamos assustados com essas bombas. Nós estendemos a demanda deles, mas não precisa faltar o respeito”, afirma Catarina Ferreira.
Sobre isso, o Sintrro pediu desculpas e solicitou aos profissionais uma manifestação pacífica para que tenham o apoio da população. A reportagem questionou a Guarda Municipal, que estava no local, assim como policiais militares. No entanto, nenhuma das corporações registrou ocorrências neste sentido.