Rachadura em muro leva à interdição parcial de Fórum da Cultura

Museu de Cultura Popular e teatro com 200 lugares foram interditados por precaução


Por Daniela Arbex

19/02/2019 às 20h06- Atualizada 19/02/2019 às 20h08

Movimentação do muro que faz divisa entre prédio da Escola Estadual Delfim Moreira e o Forum da Cultura teria sido causada, a princípio, por danos na rede de captação de água pluvial dos dois imóveis (Foto: Fernando Priamo)
Funcionários do casarão perceberam uma extensa rachadura, além de trincas na parede (Foto: Fernando Priamo)

Tombado pelo patrimônio histórico da cidade desde 1995, o prédio do Forum da Cultura está parcialmente interditado, em função do risco de queda do muro que faz divisa com a Escola Estadual Delfim Moreira. Há uma semana, os funcionários do casarão centenário perceberam uma extensa rachadura, além de trincas na parede. Preocupada, a direção acionou a Pró-Reitoria de Infraestrutura e Gestão (Proinfra) da UFJF, já que a universidade é a responsável pelo imóvel. Após diversos levantamentos, a Proinfra orientou a interdição de cinco salas do térreo, além do Museu de Cultura Popular. O teatro com 200 lugares também ficará fechado. A medida é preventiva e será mantida até que todas as intervenções de emergência sejam feitas no local. A movimentação do muro teria sido causada, a princípio, por danos na rede de captação de água pluvial tanto do Forum, quanto do imóvel onde a escola está funcionando. Além de danificada, a rede está obstruída em ambos os prédios.

O problema foi discutido em reunião realizada no próprio Forum da Cultura nesta terça-feira (19). O encontro contou com a participação de representantes da UFJF, do Coral da universidade – cujos ensaios acontecem naquele local -, da coordenação do Grupo Divulgação, além da Diretoria da Divisão de Patrimônio Cultural da Funalfa e da imobiliária responsável pela locação do prédio onde funciona a escola estadual. De acordo com a ata da reunião, a UFJF vai realizar os reparos necessários na rede pluvial localizada no piso do corredor onde o muro foi erguido, além da limpeza no sistema de água pluvial da cobertura do Forum da Cultura.

PUBLICIDADE

Quanto à escola, os proprietários do imóvel que abriga o colégio deverão providenciar a colocação de calha no telhado próximo ao muro e construir uma rede provisória para escoamento da água da chuva. Duas caixas d’água próximas ao muro – que servem ao sistema de combate a incêndio da escola -, também estão sendo esvaziadas, devendo os donos do prédio providenciarem medidas compensatórias imediatas. Outra intervenção será a vedação de trincas e rachaduras existentes.

O diretor do Forum da Cultura, Flávio Lins Rodrigues, interrompeu as férias para participar do encontro que discutiu as medidas de proteção que deverão ser adotadas. “A orientação da interdição se deu em função da preocupação com a segurança das pessoas e do patrimônio. Como é necessária a realização de uma obra emergencial, todos estão muito empenhados na busca de soluções”, afirmou Flávio. Ele comentou que o terreno está sendo avaliado e até um drone foi utilizado pela universidade para analisar o deslocamento do muro, cujo problema não comprometeu o funcionamento da galeria de arte, que continuará aberta.

Projeto

Em nota, a UFJF informou que está sendo elaborado projeto de engenharia pela Proinfra e que uma solução definitiva será discutida na próxima semana. Quanto à rede de captação de água pluvial, o conserto será iniciado nesta quarta-feira (20). Uma nova reunião está agendada para a próxima segunda-feira (25), quando serão definidos prazos e qual projeto será adotado. A diretora da Divisão de Patrimônio Cultural da Funalfa, Angélica Moreira Costa, sugeriu que a Defesa Civil também seja acionada pelo Forum da Cultura.

O casarão que hoje abriga o Forum da Cultura foi construído em 1919 e completa um século em 2019. Centenário, o prédio foi tombado há 25 anos por decreto municipal em função de seu valor histórico, arquitetônico e cultural.

Nova reunião está agendada para a próxima segunda-feira, quando serão definidos prazos e qual projeto será adotado (Foto: Fernando Priamo)

Rotina em escola não foi afetada

A diretora da Escola Estadual Delfim Moreira, Letícia Botelho Natalino, explicou que o problema com o muro não afetou a rotina da instituição que faz divisa com o terreno do Forum da Cultura e que tem cerca de 1.200 alunos do 6º ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio. Segundo ela, apenas uma sala de aula foi esvaziada por precaução. Além disso, entulhos que estavam obstruindo o escoamento da água próximo ao muro foram retirados.

Há mais de cinco anos, a Delfim Moreira passou a funcionar provisoriamente no prédio localizado na esquina das ruas Santo Antônio com Fernando Lobo. A transferência ocorreu para realização das obras de reforma e restauração do Palacete Santa Mafalda. A construção do período imperial é tombada pelo patrimônio histórico do município e abrigava o conhecido Grupo Central. A tradicional instituição de ensino está fechada desde o segundo semestre de 2013. Em setembro do ano passado, a licitação para realização das obras foi homologada, mas, até agora, o contrato para o início das obras não foi assinado.

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.