Menina espancada até a morte será enterrada nesta terça em Juiz de Fora

Mikaelly foi morta por espancamento e enterrada no quintal da casa onde morava com a mãe o padrasto


Por Daniela Arbex

19/02/2018 às 16h25- Atualizada 19/02/2018 às 18h54

O corpo da menina Mikaelly de Oliveira Ribeiro, 1 ano e 7 meses, morta por espancamento e enterrada no quintal de uma casa na Rua Beira Rio, em Teresópolis (RJ), será sepultado na manhã desta terça-feira (20) em Juiz de Fora, no Cemitério Municipal. Os parentes da criança passaram a segunda-feira aguardando a chegada dos restos mortais para a realização do velório. Rosana Soares de Oliveira, 42 anos, avó materna de Mikaelly, foi no início da tarde para a capela 5 do Cemitério Municipal na expectativa de receber a neta assassinada em agosto de 2017, mas a liberação no IML do Rio só ocorreu às 18h.

PUBLICIDADE

Mikaelly e a mãe dela, Raiane de Oliveira Gonçalves, 19 anos, foram levadas da cidade pelo vigia Janoir Martins Custódio em julho do ano passado. Raiane e o rapaz se conheceram na internet e, no dia 11 daquele mês, o homem veio buscar a jovem e a filha dela para morarem com ele no Estado do Rio. Menos de um mês depois, no dia 4 de agosto de 2017, a menina foi morta por espancamento na casa onde a menina residia com a mãe e o segurança no Estado do Rio. Na última sexta-feira, dia 16, Raiane confessou à polícia que ajudou a enterrar o corpo da filha sob ameaça de Janoir, a quem ela acusa de ser o assassino da filha. Já Janoir admitiu ter ocultado o cadáver da criança, mas apontou Raiane como responsável pela morte de Mikaelly. Os dois foram presos há três dias, depois que a Polícia Militar recebeu uma denúncia anônima sobre o caso. Foi Raiane quem deu pistas sobre o local onde a menina teria sido colocada. Ela e o vigia foram levados para a 110ª Delegacia de Polícia, em Teresópolis, onde permaneceram até a manhã desta segunda-feira. Os dois, no entanto, foram encaminhados para o presídio de Benfica, no Rio, onde serão apresentados a um juiz da Central de Audiência de Custódia. De lá, eles deverão ser encaminhados para Bangu.

A avó materna de Mikaelly, a diarista Rosana, contou em entrevista à Tribuna que só foi informada da morte da menina três dias antes da prisão da filha. No dia 13 de fevereiro, ela recebeu uma mensagem pelo celular com os dizeres: “Mãe, a nossa Mika foi morar com Deus”.

Desesperada, ela diz ter procurado a polícia, mas alega que não conseguiu registrar um boletim de ocorrência em Juiz de Fora. Desde que a filha saiu da cidade, ela tentava, sem sucesso, contato com a jovem.

A diarista e Jorge Luiz Ribeiro Júnior, pai biológico de Mikaelly, chegaram a viajar para Teresópolis em agosto de 2017 para tentar trazer a criança de volta, mas não foram bem-sucedidos. Lá, eles teriam sido informados por um parente do segurança que ele, Raiane e Mikaelly tinham viajado para o Chile. No entanto, na ocasião, a menina já estava morta. “Pensei até em fazer uma loucura contra a minha própria vida de tão desnorteada que eu estou”, disse a avó materna de Mikaelly no Cemitério Municipal. Ela afirmou que Jorge – que desde o ano passado vinha fazendo apelos nas redes sociais em busca da filha -, também está em choque. No dia que Raiane foi presa, ele postou uma mensagem no Facebook dizendo que ela tinha acabado com a vida dele e que estava sofrendo muito. “Estamos todos perplexos com tudo que aconteceu. Eu aqui, preparando a festa de dois anos da minha neta, e ela já morta. Esse homem é um monstro”, afirmou Rosane, emocionada.

Parentes e vizinhos da diarista também se mostraram atônitos com o crime. “Não tenho palavras para descrever a dor que estamos sentindo. A mãe da Raiane não queria que a neta tivesse ido. Tentou trazer as duas de volta e não conseguiu. Estamos sem chão”, afirmou uma familiar que prefere ter o nome mantido em sigilo.

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.