Suspeitos de crimes em JF e Montes Claros são presos no Paraguai

Um dos homens responde por pelo menos dois homicídios em Juiz de Fora e foi indiciado pela Polícia Civil


Por Sandra Zanella

19/01/2022 às 17h21- Atualizada 19/01/2022 às 17h36

Integrantes de uma organização criminosa nacional, com ramificações em Juiz de Fora e em Montes Claros, no Norte de Minas, que estavam foragidos da Justiça brasileira, foram capturados no Paraguai durante ação desencadeada nesta quarta-feira (19). A operação conjunta aconteceu na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que faz divisa com o município de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e contou com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Juiz de Fora, polícias Federal e Civil, além de autoridades paraguaias, representadas pelo Ministério Público e pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad). O MPMG não informou quantas pessoas foram detidas, mas destacou que, no momento da prisão, os integrantes portavam escopetas calibre 12 e grande quantidade de munição.

De acordo com informações do MP, os alvos da manobra pertencem a uma organização criminosa que atua de forma violenta e estruturada nos municípios de Juiz de Fora e Montes Claros. “Um dos presos da operação responde por vários homicídios e tem dois mandados de prisão expedidos pela Vara do Júri de Juiz de Fora.” Um dos processos que envolve o jovem de 22 anos detido nesta quarta é sobre a morte de Antônio Carlos Avelar, 61 anos.

PUBLICIDADE

Segundo a Polícia Civil, a vítima era moradora do Alto Santo Antônio, Zona Sudeste de Juiz de Fora, e foi executada com vários tiros, no dia 20 de dezembro de 2020, dentro de um carro na Estrada Athos Branco da Rosa, perto da entrada para o Bairro Parque Serra Verde. Segundo o registro policial, Antônio foi encontrado sem vida, com o rosto ensanguentado e desfigurado, sentado no banco do motorista do veículo. A porta do carona estava aberta, e 18 cápsulas deflagradas calibre 9mm foram recolhidas na cena do crime.

O inquérito foi concluído no mês passado pelo delegado Rodrigo Rolli, da Especializada de Homicídios. Na ocasião, ele informou que o suspeito também já teria ameaçado de morte um oficial da Polícia Militar em Juiz de Fora. Após o assassinato, o criminoso chegou a ser preso com arma de grosso calibre, em novembro de 2021, na região de fronteira no Paraguai, mas foi liberado. Já o comparsa, 26, foi detido pela PM no dia 13 de novembro no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, Zona Sudeste de Juiz de Fora, mediante o mandado representado pela Polícia Civil e expedido pelo Tribunal do Júri.

“Os suspeitos são do Santo Antônio e estão ligados a uma associação criminosa relacionada ao tráfico de drogas, que tem ramificações na cidade de Montes Claros e também no Paraguai”, especificou o delegado ao concluir as investigações. Ele acrescentou que o suspeito e mais seis pessoas haviam sido pegas no ano passado com armas de alto calibre, como fuzis AK-47. No entanto, como haviam sido capturados dentro do Paraguai, o trâmite seguiu a legislação daquele país, e ainda não havia o mandado de prisão.

Segundo a Polícia Civil e o MP, o jovem e o comparsa também são suspeitos de envolvimento no assassinato ocorrido em 13 de dezembro de 2020 no Bairro Parque das Torres, Zona Norte. Álvaro Mariano de Mendonça, 42, foi morto a tiros em sua casa na Rua Aristides Nogueira Ávila. O homem, que estava em prisão domiciliar e era monitorado por tornozeleira eletrônica, teve a residência invadida e foi alvejado na cabeça.

“A operação foi detalhadamente preparada pelas instituições participantes através de troca de informações de inteligência e executada por foças táticas da Secretaria Nacional Antidrogas, juntamente com a Fiscalia Interveniente (Ministério Público do Paraguai)”, reforçou o MPMG, por meio de nota. A investida também contou com o apoio operacional do Comando de Aviação do Estado (Comave).

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.