Cesama abre licitação para recuperar ETA

Estação de Tratamento de Água do Distrito Industrial teve estrutura parcialmente comprometida após obras de ampliação concluídas em 2015


Por Eduardo Valente

18/11/2017 às 07h00

Obras na ETA-CDI estão estimadas em R$ 3,6 milhões e vão ampliar capacidade da estação (Foto: Olavo Prazeres)

A Estação de Tratamento de Água (ETA) Walfrido Machado Mendonça, mais conhecida como ETA-CDI, instalada no Distrito Industrial, na Zona Norte, passará por obras de recuperação. Parte da estrutura está subutilizada desde 2015, quando uma empresa contratada pela Cesama, por meio de licitação, concluiu as reformas para ampliar a capacidade da unidade. No entanto, já nos primeiros testes operacionais, a estação apresentou problemas graves de infraestrutura, como trincas e rachaduras. Iniciada em 2010, a obra na ETA-CDI custou mais de R$ 10 milhões e tinha como objetivo ser o destino das águas provenientes do manancial Chapéu D’Uvas. Nesta sexta-feira (17), a Cesama publicou edital para licitar as reformas necessárias, cujo valor está estimado em R$ 3.653.405,47.

A ETA-CDI, mesmo sem a ampliação, é a responsável por tratar quase 50% da água de Juiz de Fora. Atualmente, a estrutura não abalada recebe parte dos recursos provenientes de Chapéu D’Uvas, além do que é captado no Ribeirão Espírito Santo, que é um manancial de passagem. Para se ter ideia da sua importância, a adutora de Chapéu D’Uvas tem capacidade operacional de transportar até 900 litros de água por segundo, sendo que chega atualmente na ETA-CDI cerca de 500. Como forma de reduzir a dependência pela estação, a Cesama concluiu, este ano, as obras de um braço desta adutora, para que parte das águas possa ser levada, também, para a ETA Marechal Castelo Branco, que fica na Represa João Penido. Apenas esta intervenção, paga por meio de acréscimo na tarifa de água, custou R$ 8,5 milhões.

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Desde que as falhas estruturais na ETA-CDI foram identificadas, a Cesama cobra, via judicial, que a empresa responsável pelo projeto da obra faça os reparos necessários. Conforme o edital publicado nesta sexta, a perícia feita durante o processo “constatou que as movimentações decorrem de deslocamentos geotécnicos do solo, cuja ocorrência não foi prevista pelo projeto inicialmente desenvolvido pela empresa projetista contratada para este fim”. A Justiça, no entanto, determinou que a Cesama tomasse “providências urgentes e imediatas objetivando sanar os deslocamentos e assim preservar não só a obra executada, mas proteger as unidades antigas da ETA”.

Capacidade será ampliada para mil litros por segundo

O diretor de Desenvolvimento e Expansão da companhia, Marcelo Mello do Amaral, explica que partiu da Cesama a iniciativa em promover as obras. Segundo ele, com a morosidade do processo, em razão de recursos impetrados pela empresa projetista, não se terá uma solução de curto prazo e há a preocupação de o problema se agravar durante mais um período chuvoso. “O processo continua, mas a juíza determinou, no início do ano, que a Cesama adotasse as providências, e argumentamos que o paliativo não seria a solução adequada, e sim a correção definitiva. Contratamos uma empresa para fazer o projeto e apresentamos ao poder judiciário”, explicou Marcelo.

Os custos da recuperação serão pagos pela própria Cesama, por meio de uma conta, existente, intitulada de destinação específica. Marcelo explicou que esta conta, estabelecida pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG), foi criada com objetivo de se promover investimentos futuros. “Quando foi instituída a tarifa social, a agência entendeu que teríamos uma queda de arrecadação, então determinou a abertura da conta (que funciona como um fundo de reserva), para cobrir eventuais diferenças. No entanto, a estimativa era que a tarifa social atingisse cerca de 36 mil famílias, mas foi muito menor que isso, então temos uma sobra. O uso desta reserva é uma forma de não onerar os cofres da companhia nem o cidadão, além de não prejudicar investimentos futuros.”

Ampliação
Com os obras, previstas para até cinco meses, a ETA-CDI ampliará sua capacidade de aproximadamente 800 para pouco mais de 1.000 litros de água por segundo. Segundo o diretor, a intervenção traz mais segurança ao sistema de abastecimento, possibilitando, por exemplo, que outra ETA entre em manutenção sem que haja reflexos imediatos na distribuição de água para a cidade. As propostas das empresas interessadas deverão ser conhecidas no dia 20 de dezembro. Ganha o contrato, a firma que apresentar o maior desconto único baseado na planilha de custos feita pela Cesama, que estimou a intervenção nos R$ 3,6 milhões.

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