Nova modalidade de golpe envolvendo venda de veículos é investigada em JF

O esquema envolve sites de vendas pela internet e começa a partir da clonagem de anúncios


Por Vívia Lima

18/04/2018 às 20h36- Atualizada 18/04/2018 às 20h42

Reportagem acompanhou em tempo real episódio semelhante ao investigado pela polícia

Uma nova modalidade de golpe envolvendo compra e venda de veículos está sendo investigada pela Polícia Civil de Juiz de Fora. O esquema envolve sites de vendas pela internet e começa a partir da clonagem de anúncios. Na cidade, um caso segue em apuração, no entanto, outras pessoas podem ter sido vítimas do esquema criminoso. No último dia 16, um jovem de 24 e um homem de 37 anos procuraram a polícia após descobrirem que foram vítimas de estelionatários. O prejuízo foi de R$ 26 mil pela venda de uma moto, mas o veículo não chegou a ser entregue ao novo dono. Nesta quarta-feira, um homem tentou aplicar o mesmo golpe na cidade, mas a tentativa acabou frustrada.

A partir da divulgação de um produto, golpistas fazem a clonagem do anúncio com as características do veículo original, mas com o valor muito abaixo do mercado. Diante do preço convidativo, pessoas manifestam interesse e passam a tratar da compra com o falso proprietário. Este por sua vez faz contato com o real anunciante e diz que uma terceira pessoa irá avaliar as condições do produto, mas pede que tratativas relacionadas a valor e alguns detalhes não sejam mencionadas, alegando que o negócio será fechado por um valor ainda mais barato. “O bandido joga dos dois lados. Com o real proprietário do veículo, ele se apresenta como um intermediário do possível comprador.

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O interessado fecha o negócio. O estelionatário exige do adquirente uma transferência bancária na modalidade TED, que, por sua vez, realiza a transação em uma conta que não pertence ao dono do automóvel. Assim, o bandido envia um comprovante falso ao proprietário o fazendo acreditar que o valor foi pago, restando somente a transferência de documentação”, afirmou Gomes. A partir disso, ambas as vítimas seguem ao cartório, mas o real dono do veículo só percebe o golpe caso faça contato com o banco. “No momento que acionam o banco, não há mais como resolver o problema, uma vez que já foi realizado o saque da quantia.”

A reportagem acompanhou o desfecho em tempo real de outro episódio semelhante. Neste caso, um anúncio da venda de um carro, feito pelo próprio delegado que investiga o caso, despertou interesse dos criminosos. Um falso intermediário fez contato telefônico, através do número descrito no site e realizou os procedimentos de compra, inclusive enviou para o policial um comprovante de depósito, no entanto, era falso.

Após ser descoberto, o suspeito não respondeu mais as mensagens enviadas e apagou a foto que seria de seu perfil no aplicativo Whatsapp. Conforme o delegado, a prisão destes autores é difícil tendo em vista que eles utilizam números de outros estados e, em muitos casos, ele acredita que as ligações são realizadas por pessoas que estão presas, além de utilizarem “laranjas” para a efetivação do golpe.

Segundo a Polícia Civil, é importante o registro de ocorrências desse tipo para apurar a possível existência de outras vítimas, facilitando a identificação do autor. Para não cair em golpes na internet como esse, a orientação é que os anunciantes não deixem em evidência as placas dos veículos, tentando sempre borrá-las em fotos, nem mesmo disponibilizem número do chassi e dados de documentos do produto a ser vendido. Deve se ainda utilizar sites especializados e não páginas de compra e venda desconhecidas. Outra dica é desconfiar de preços muito atraentes, abaixo do valor de mercado.

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