Novembro já é o mais chuvoso desde 2001


Por Eduardo Valente e Michele Meireles

17/11/2016 às 08h32- Atualizada 17/11/2016 às 09h17

Juiz de Fora enfrenta o mês de novembro mais chuvoso em 15 anos até o momento. De acordo com dados do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), até o fim da tarde de ontem, o acumulado de precipitações na cidade era de 321,2 milímetros, índice superado apenas pelos 324 milímetros registrados em novembro de 2001. A média histórica do período, que leva em consideração as últimas três décadas, é de 191 milímetros. Isso significa que, em 16 dias, o município superou em 68,2% o volume de chuvas esperado para todo novembro. E tamanha precipitação resultou em estragos por toda a cidade, mobilizando a Defesa Civil para 268 ocorrências entre sexta-feira e o fim da tarde de ontem. Doze pessoas estão desalojadas, sendo sete por causa de deslizamentos de encostas. Deste total, duas ocorrências foram registradas em Benfica e quatro no Bairro Jardim Natal, ambas na Zona Norte, além de uma no Bairro Santo Antônio. Também foi registrada uma queda de muro no Graminha, Zona Sul. Já no Bairu, Zona Leste, quatro pessoas tiveram que deixar seus apartamentos por causa da escavação de um terreno em obras na Rua Américo Luz, que teria afetado a estrutura do prédio onde eles moram. Segundo a Defesa Civil, o responsável pela obra providenciou hospedagens para os afetados. Por toda a cidade, os episódios foram de enxurradas, ruas danificadas, quedas de árvores, inundações, escorregamentos de taludes, destelhamentos, trincas em paredes e quedas de muro de divisa e em lajes. A região mais afetada, conforme balanço da Defesa Civil, foi a Sul, com 60 atendimentos. Em seguida aparecem a Norte (52), a Leste (46), a Sudeste (44), o Centro (30) a Nordeste (11) e a Cidade Alta (25).

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Na Rua Irineu Marinho, no Bom Pastor, força da chuva destruiu partes do asfalto e também a calçada. (Foto: Fernando Priamo)

O tempo deve continuar instável em toda a região pelo menos até o próximo sábado (19). De acordo com o meteorologista Luiz Ladeia, do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), chuvas em áreas isoladas ainda devem ser registradas. O céu deve se comportar entre o nublado e o parcialmente nublado, com temperaturas oscilando dos 18 aos 19 graus. Conforme o setor de meteorologia da Cemig, ainda são esperados acumulados de 8 milímetros hoje e mais 5 milímetros amanhã. A alta concentração de chuvas nos últimos dias é resultado da atuação de um sistema conhecido como de baixa pressão atmosférica. Nesta condição, as correntes de ar, quentes e úmidas, sobem em direção à atmosfera provocando a formação das nuvens de chuvas, por vezes fortes e acompanhadas de trovoadas e fortes rajadas de ventos.

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Represas

Se por um lado as chuvas causaram estragos, por outro elas resultaram em recuperação das represas. O manancial São Pedro, por exemplo, saltou de uma acumulação de 32,4% na última quinta-feira (10) para 95,9% ontem. Já a João Penido foi de 49,1% para 59,1%, enquanto que Chapéu D’Uvas, 11 vezes maior, subiu de 68,8% para 71,8%.

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