Santa Casa divulga registro de menor bebê já nascido no hospital

Menina nasceu com 560 gramas, o menor peso já registrado na unidade hospitalar


Por Pedro Capetti, estagiário sob a supervisão do editor adjunto Eduardo Valente

17/07/2018 às 13h05- Atualizada 17/07/2018 às 20h08

Após seis meses, Ana Luiza recebeu alta no último domingo (15) (Foto: Arquivo Pessoal)

Apenas 560 gramas. Este foi o peso registrado no nascimento da bebê Ana Luiza, em novembro de 2017, na Santa Casa de Misericórdia. A mãe Katiana Campos estava na 26ª semana de gestação quando o bebê nasceu. O caso, divulgado na última segunda-feira (16) pela Santa Casa de Juiz de Fora, é considerado o de bebê com menor peso já tratado pelo CTI da instituição.

Ao todo, foram seis meses de internação. Ana Luiza nasceu no dia 26 de novembro, mas só deixou o hospital no mês passado. Nesse tempo, a bebê precisou utilizar sonda para realizar a alimentação, fazer uso de droga vasoativa, que atua na pressão, e nutrição parenteral precoce, a fim de evitar a perda de peso e melhorar a resposta contra infecção.

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O processo de complicação do nascimento de Ana Luiza teve início do quarto para o quinto mês de gestação, quando a mãe, Katiana Campos, precisou ficar internada após possíveis indícios do nascimento precoce. Foi no sexto mês, três meses antes do habitual, que a mãe entrou em trabalho de parto, após os médicos alertarem que havia riscos de segurar a gestação por mais tempo.

Tradicionalmente, a internação de recém-nascidos prematuros e de baixo peso é difícil, pois os órgãos do bebê ainda são imaturos, conforme explicou a pediatra e coordenadora do CTI Infantil da Santa Casa, Denise Rangel. Segundo ela, todos os procedimentos devem ser feitos gerando o mínimo de estresse possível. “Colocamos pano sobre a incubadora para ficar escuro, posicionamos o bebê, tudo para deixá-lo o mais próximo do ambiente uterino.”

Mas mesmo diante das dificuldades e ciente dos riscos que a vida da filha passava, Katiana Campos nunca desistiu de sonhar. “Eu podia visitá-la na CTI, mas não podia pegar no colo, colocar a mão, somente ver dentro da incubadora. Um processo que nenhuma mãe gosta de passar, uma expectativa, se vai dar certo ou não, os médicos falando que corria risco”, conta.

Somente depois de três meses Katiana pôde abraçar e tocar sua filha. Um período atípico para quem sonhava que a gravidez seguiria as etapas tradicionais, quando a mãe pega o filho após o parto e, depois de 48 horas, já recebe alta médica.

Ana Luiza completará oito meses de vida no próximo dia 26 (Foto: Arquivo Pessoal)

“Foi um sofrimento, porque o risco era muito grande de não sobreviver. No começo foi muito difícil, quando ela nasceu , caberia na palma da minha mão, mas a cada dia que eu via ela desenvolvendo, sorrindo, era o que me dava esperança para continuar acreditando.

Para a mãe, o apoio da equipe do hospital, a força e a esperança dos familiares foram essenciais na recuperação da filha. “Foi um apoio maravilhoso. Nesse momento que a gente vê o carinho da família com a gente, que nos ajuda a passar certas coisas. Não só deles, mas dos médicos, dos enfermeiros, todos os profissionais da Santa Casa, das mães que fazem amizade, é o que nos dá força pra acreditar.”

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Para a mãe, o apoio da equipe do hospital  foi essencial na recuperação da filha (Foto: Arquivo Pessoal)

Outros casos na Santa Casa

Apesar de este ter sido o caso de menor peso tratado na unidade, crianças nascidas com 580 e 700 gramas também foram cuidadas pela Santa Casa neste período. Isso foi possível porque uma equipe médica do CTI Infantil passou por um curso específico de urgência e emergência neonatal e pediátrica no hospital Albert Einsten, em São Paulo. Em todos os casos atendidos, os bebês tiveram alta sem nenhum tipo de sequelas.

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