Vândalos arrombam igreja na madrugada


Por Bárbara Riolino

17/06/2015 às 20h17

A Igreja Menino Jesus de Praga, localizada na Rua Pinto de Moura, Bairro Poço Rico, região Sudeste, foi alvo de criminosos na madrugada desta quarta-feira (17). Além do templo, pelo menos dois outros locais da mesma região foram vítimas do mesmo crime, conforme a Polícia Militar. O templo teve suas portas e janelas arrombadas, e seus armários foram revirados, mas, aparentemente, nenhum objeto de valor foi levado. Uma das ações mais graves praticadas pelos vândalos foi a retirada do Sacrário do presbitério, que foi revirado e deixado aberto. Para os católicos, o objeto é sagrado e representa a presença de Jesus Cristo.

O padre Geraldo Magela Viegas, administrador da paróquia, disse que constatou o ocorrido logo pela manhã, quando ele e outras paroquianas abriram a igreja. Segundo o religioso, o cenário encontrado foi desolador. “É um quadro muito triste para os católicos. Particularmente me emocionei muito ao ver a cena. No Sacrário, que foi retirado, guardamos as hóstias consagradas, que ficam dentro da âmbula. Vimos que ele estava todo aberto e amassado, e as hóstias caídas”, relatou.

PUBLICIDADE

Em dois anos à frente da paróquia, o padre relatou que esta foi a primeira ocorrência desta gravidade. “Tivemos outras duas tentativas de arrombamento, mas conseguimos evitar.” O padre disse, ainda, que, em contato com as pessoas da comunidade, tem ouvido vários relatos de arrombamentos a residências, além de casos de roubos e furtos. Dentro da igreja, foram deixados objetos usados pelos criminosos, como facas e tesouras. Eles ainda tiveram a ousadia de abrir duas caixas de leite, que estavam sobre uma das mesas do salão paroquial, para se alimentarem.
“Deduzimos que a ação aconteceu à noite e, pelo estrago, os autores ficaram no local por mais de duas horas. Eles entraram pelos fundos. A igreja não tem alarme, mas, a partir de agora, iremos rever esta questão”, comentou o padre.

Segundo o cabo Fabiano Ribeiro, da 135º Companhia da Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, pelas características do crime, a suspeita é de que o autor seja uma uma pessoa que conhece a rotina do local e invadiu a igreja em busca de dinheiro.

O vigário geral da Arquidiocese de Juiz de Fora, monsenhor Luiz Carlos de Paula, esteve na igreja para verificar os danos. À Tribuna, ele lamentou o fato e pediu mais segurança e policiamento. “As igrejas têm sido atacadas por criminosos, seja por arrombamentos em busca de algo de valor ou pela intolerância religiosa. É um desrespeito ao patrimônio e à religião do outro.” O vigário ressaltou que muitas pessoas acham que o Sacrário funciona como uma espécie de cofre, mas o dinheiro recolhido nas missas não fica na igreja após as celebrações. “Isso nos entristece muito, pois é um objeto de valor espiritual.”

Monsenhor Luiz Carlos explica que o Sacrário é um local sagrado para os católicos, pois dentro dele são acomodadas as hóstias consagradas, distribuídas à comunidade durante a comunhão. “Ali está a presença real de Jesus vivo e ressuscitado, por isso, tem local de destaque no altar.” O Sacrário das igrejas só é manuseado pelo padre e por ministros da eucaristia.

Outros arrombamentos
A poucos metros da igreja, o depósito de uma floricultura também foi vítima de bandidos. O imóvel, na esquina das ruas Pinto de Moura e Osório de Almeida, teve o telhado e o forro danificados pelos vândalos, que invadiram o local à noite. O proprietário da floricultura, João Carlos Pacheco, disse que nada foi levado, mas o local ficou todo revirado. “Aqui guardamos arranjos e materiais que usamos para adornar cerimônias, como as de casamento. Quem invadiu quebrou duas colunas de vidro. Entrou e saiu pelo telhado.”

 

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.