Audiência pública vai debater insegurança de taxistas


Por Marcos Araújo e Nathália Carvalho

17/05/2016 às 18h23- Atualizada 18/05/2016 às 10h04

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Taxistas estacionaram em frente à Câmara Municipal, após carreata pela Rio Branco (Foto: Fernando Priamo/17-05-2016)

Cerca de 35 táxis emparelhados ocuparam o Parque Halfeld, na frente da Câmara Municipal, na noite desta terça (17). Com faróis acesos e pisca-alertas ligados, a categoria queria chamar atenção do Legislativo municipal para a insegurança que ronda os profissionais. A manifestação, que saiu em carreata da Praça Agassis, no Bairro Manoel Honório, até a Rua Halfeld, foi motivada pelo registro de mais um assalto violento contra um taxista, de 52 anos, na última segunda-feira, quando a vítima foi esfaqueada, em Nova Era, na Zona Norte. No dia do crime, os taxistas também realizaram uma manifestação pelas ruas centrais. Logo após tomar conhecimento do fato, o grupo seguiu em carreata até a casa do prefeito Bruno Siqueira (PMDB), no Bairro Bom Pastor.

Na terça, após a concentração na frente do Palácio Barbosa Lima, os motoristas entraram no prédio e foram recebidos pelo vereador Rodrigo Mattos (PSDB). A sessão ordinária que acontecia no momento foi interrompida para a fala de dez minutos do representante da categoria, o taxista Márcio Guedes. “Há um descaso da segurança pública no que se refere aos taxistas. Estamos expostos a uma média de dois a três assaltos por noite e não temos uma resposta rápida da Polícia Militar e do Poder Executivo. Queremos que seja colocado em prática o que foi prometido para a classe”, ressaltou o profissional, referindo-se ao apoio para implementação de medidas de segurança, como instalação de cabine blindada, instalação de botão de pânico e de GPS, para acionamento rápido da PM. Após a explanação, o presidente da Câmara convocou uma audiência pública para esta quinta (19), às 15h. Serão convidados para a sessão, além do Executivo, os comandos da polícias Militar e Civil.

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Segundo o presidente da Associação de Taxistas, Luiz Gonzaga Nunes, a categoria tenta agendar uma reunião também com o comando da PM para tratar sobre o assunto. Já o presidente do Sindicato dos Taxistas de Juiz de Fora e Região, Aparecido Fagundes da Silva, ressaltou que é preciso continuar cobrando da polícia a intensificação da operação Para Pedro”, referindo-se à ação da PM que aborda os veículos e revista passageiros.

Segundo Aparecido, recentemente a categoria se reuniu com representantes da PM e Settra, quando foi feito o pedido por mais segurança. “Na ocasião, a polícia sinalizou batizar a operação de combate à violência contra a categoria como ‘Táxi Protegido’, por entender que a nossa profissão é de risco. O índice de assalto está alto, e somos desprotegidos enquanto motoristas.” Ele informou ainda que já agendou com o secretário de Transporte e Trânsito, Rodrigo Tortoriello, uma reunião para discutir o assunto.

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Settra diz que cobra câmeras e GPS em veículos

A Settra informou, por meio de nota, que tem intermediado e incentivado os encontros entre os taxistas e a PM, que promove abordagens e ações de combate a situações de risco, como a operação Para Pedro. “No que compete à Settra, a pasta, através da licitação, está adotando a obrigatoriedade das câmeras de monitoramento e sistema de GPS, com o botão de pânico, em todos os táxis que estão passando a compor a frota. Esses dois dispositivos são essenciais para aumentar a segurança dos profissionais.” A pasta também informou que está propondo ao Legislativo a modificação da lei vigente, que regulamenta o serviço, com a obrigatoriedade da instalação dos equipamentos. “Contudo, é importante destacar que qualquer taxista já pode instalar os dispositivos, independente da alteração na lei.”

Como os assaltos contra taxistas acontecem principalmente no período da noite, a PM concentra sua ações neste horário. Conforme o assessor de comunicação da 4ª Região da PM, major Marcellus Machado, o lançamento do efetivo, com operações Para Pedro, é realizado em locais onde há estatística comprovada de maior incidência de crimes.

O assalto
Segundo informações do registro policial, o taxista, 52, assaltado na noite de segunda, teria procurado ajuda de pessoas na região do Nova Era por volta das 20h30. Ele estaria com sangramentos e pedindo socorro, dizendo que havia sido vítima de roubo. Os assaltantes levaram os pertences da vítima e ainda desferiram um golpe de faca em sua orelha esquerda. As testemunhas conduziram a vítima até a UPA Norte. Ele foi atendido e encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia, onde passou por cirurgia e permaneceu internado com quadro estável, segundo o último boletim divulgado pelo hospital.

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