Homem é preso com drogas, arma e quase cem munições na Cidade Alta
Capturado no Marilândia, suspeito tinha padrão de vida incompatível com sua atividade profissional lícita
Um homem de 46 anos, preso em flagrante com drogas, vasto material para preparo de entorpecentes, arma de fogo e quase cem munições, foi apresentado pela Polícia Civil nesta terça-feira (17). Ele foi capturado no Bairro Marilândia, na Cidade Alta, durante a operação Mistura Fina, desencadeada pela Delegacia Antidrogas na segunda (16). Após cerca de dois meses de investigações, os policiais descobriram que o suspeito estaria comercializando insumos para refino de cocaína em seu endereço, na Rua Topázios. Segundo o delegado responsável pelo caso, Rogério Woyame, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, o homem acabou sendo flagrado também por tráfico e posse ilegal de armas e munições, incluindo de uso restrito.
Ao todo foram recolhidos três pacotes de cocaína e uma barra de pasta base do mesmo entorpecente, cinco sacos de cafeína, 115 ampolas de norepinefrina, além de outras substâncias usadas para “batizar” a droga, como lidocaína. Ainda foram apreendidos um revólver e 33 munições calibre 38, 52 projéteis ponto 40, 14 de pistola 9mm e duas balanças de precisão. Para a polícia, o suspeito apresentava um padrão de vida incompatível com sua atividade lícita, na área de construção, possuindo dois imóveis e cinco automóveis. Diante da suspeita da atividade criminosa, os veículos e R$ 5.370 também foram retidos.
“As investigações davam conta de que ele estaria fornecendo material de refino na região do São Pedro, mas não afastamos que levasse também para outros lugares. Já imaginávamos que ele tivesse outros produtos químicos e medicamentos para enriquecer a mistura, o que confirmamos com a grande quantidade de apreensão”, disse o delegado, destacando ter sido uma surpresa haver também porções de drogas na casa. “Fizemos campana e não vimos muita movimentação suspeita. Mas no dia conseguimos encontrar não só o material que já esperávamos, mas também cocaína (em pó) e na forma base, para ser refinada.”
Apesar disso, Woyame não acredita ter desmontado um laboratório de refino no endereço. Uma hipótese é de que o entorpecente teria sido entregue ao morador como pagamento por algum produto. “Ficou comprovado que ele vendia insumos e, tendo oportunidade, outros materiais. Claramente ele comercializaria as munições para traficantes, com os quais ele lida.” O delegado garantiu que as investigações continuam. “Como ele não quis prestar declaração, permanecendo em silêncio, vamos apurar para quem ele estava vendendo esse material e onde obtinha os insumos.” Woyame acrescentou que o suspeito vai responder por tráfico, pela posse e revenda de produtos destinados à preparação de drogas e pela posse ilegal da arma de fogo e das munições.