Polícia Civil busca estratégias para conter aumento de crimes na Zona da Mata


Por Marcos Araújo

17/03/2016 às 19h33

Chefe da Polícia Civil de MG, Andrea Vacchiano, quer ações contra tráfico, homicídios e roubos (Foto: Divulgação/PC)
Chefe da Polícia Civil de MG, Andrea Vacchiano, quer ações contra tráfico, homicídios e roubos (Foto: Divulgação/PC)

Analisar o fenômeno da criminalidade, com o fim de buscar estratégias para conter o avanço do tráfico de drogas e o crescimento dos crimes de homicídio e de roubo na Zona da Mata, foi a pauta da visita da chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegada Andrea Vacchiano, nesta quinta-feira (17), a Juiz de Fora. Em coletiva à imprensa, na sede da 4ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), no Bairro Nova Era, a policial afirmou que, devido à proximidade com o Rio de Janeiro, o município de Juiz de Fora e cidades vizinhas precisam de ações específicas de enfrentamento do crime. Ela destacou que, no caso de roubos consumados, que apresentaram crescimento de 20,74%, com 1.636 registros em 2015 contra 1.355 casos em 2014, no município, o recrudescimento precisa ser atacado. “Com certeza este aumento não é só da região de Juiz de Fora, mas de todo o estado. A gente precisa atacar de forma efetiva, identificando as organizações e aqueles criminosos que vêm cometendo este tipo de crime no dia a dia.”

Andrea Vacchiano também mostrou preocupação com os homicídios. “Estamos fazendo um estudo comparado de onde estão acontecendo estes fatos, para que possamos atacar as zonas quentes. Este é o objetivo da reunião hoje, que é verificar Juiz de Fora e região, para saber o que é preciso para continuar atacando, porque várias operações foram feitas em 2015 e continuam sendo realizadas em 2016.”

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Conforme dados do Governo de Minas, em Juiz de Fora, a queda nos homicídios consumados foi de 9,84%, com 110 mortes no ano passado contra 122 em 2014. Apesar dos números apresentados pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), a Tribuna, por meio de levantamento que leva em conta também os óbitos ocorridos posteriormente aos crimes, apontou que, no ano de 2015, Juiz de Fora acumulou 131 casos de pessoas que perderam a vida de forma violenta. O número, dez vítimas a menos, foi cerca de 7% menor na comparação ao registrado em 2014, quando houve 141 homicídios, também conforme levantamento do jornal.

 

Déficit e sucateamento

A questão do déficit de servidores no município e o sucateamento na instituição fizeram parte da agenda da delegada-geral. Ela afirmou que 1.080 investigadores já estão em estágio de capacitação na Academia de Polícia. “Sairão prontos a serem distribuídos em todo o estado mais ou menos em agosto. No último sábado, foram nomeados 34 médicos legistas e 95 peritos. Estes já passaram pelo curso de formação, e ontem (quarta-feira) os médicos legistas tomaram posse. Na próxima semana, será a posse dos peritos”, destacou a delegada, acrescentando que ainda não é possível afirmar o número de servidores que será destinado para a Zona da Mata. “Em relação aos investigadores, estamos realizando a verificação do perfil de cada profissional e as demandas. Com 1.080 investigadores, não vamos conseguir resolver o problema de todo o estado, mas já é uma grande partida.”

Sobre o sucateamento da corporação, Andrea enfatizou que está sendo pleiteada à Secretaria de Planejamento de Gestão de Minas (Seplag) a aquisição de viaturas, que é uma demanda em todo o estado.

Durante a visita, a delegada apresentou aos servidores da Zona da Mata as diretrizes da atual gestão e salientou que, dentre elas, há metas de valorização do servidor, com capacitação, requalificação e tratamento biopsicossocial. “São ações que a Polícia Civil estava precisando, um norte, ou seja, a polícia do século XXI, que é onde queremos chegar. As diretrizes já foram traçadas, e temos cerca de 240 ações em andamento em todo o estado.”

 

 

 

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