JF em estado de alerta para doenças transmitidas pelo Aedes
Apesar da condição que exige atenção, houve queda de 0,2% no índice em relação ao ano passado
Juiz de Fora está em estado de alerta para prováveis casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Isto porque o resultado do primeiro Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Liraa) de 2019 é de 3,7. Apesar do declínio de 0,2 em relação ao mesmo período do ano passado (3,9), o índice ainda está próximo do patamar de risco, conforme classificação do Ministério da Saúde. Valores superiores a 4 representam risco de proliferação de dengue, zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito, enquanto resultados entre 1 e 3,9 colocam a cidade em situação de alerta.
O resultado do levantamento foi divulgado na manhã desta quinta-feira (17) pelo secretário de saúde Paulo César Oliveira, em entrevista à Rádio CBN. O titular da pasta afirmou que a queda, em comparação ao ano passado, foi uma surpresa, já que houve um grande volume de chuvas na cidade nas últimas semanas – fator que contribui para o risco de proliferação do Aedes aegypti. Paulo César também apontou que 90% dos focos continuam sendo encontrados dentro das casas e em estabelecimentos comerciais. “Uma curiosidade é que 7,6% deles foram achados em bromélias”, disse, destacando que a pasta já articula ações preventivas com relação às doenças.
A apuração referente ao primeiro Liraa de 2019 foi realizada entre os dias 7 e 11 deste mês. De acordo com o secretário, foram visitados mais de seis mil imóveis em 221 bairros. Os locais com maior índice de infestação são os bairros Dom Bosco, na Cidade Alta, com 11 focos encontrados, e Nova Benfica e Monte Castelo, ambos na Zona Norte, com oito em cada. Em seguida, aparecem os bairros Retiro, na Zona Sudeste, e Mariano Procópio, na Nordeste, com sete focos. Na relação ainda aparecem Aracy, Zona Sudeste, e Jardim de Alá, Região Sul, ambos com seis focos.
Ações preventivas
Para ajudar frear a escalada das doenças, a Secretaria de Saúde já programou duas blitze educativas. A primeira delas ocorre na próxima quarta-feira (23), na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, perto do 27º Batalhão da Polícia Militar, no Bairro Santa Lúcia. Na quinta (24), a ação acontece na Avenida Juiz de Fora, no Bairro Grama. A Prefeitura também vai promover palestras de conscientização em empresas e órgãos. Uma delas está prevista para esta terça-feira (22), na Ascomcer. As empresas interessadas em receber as ações podem fazer contato pelo telefone 3690-3574.
Além disso, 240 homens do Exército Brasileiro ajudam no monitoramento dos focos do mosquito transmissor. A Prefeitura montou também uma sala de operações, em que vários setores da administração municipal trabalham em conjunto. A sala avalia denúncias feitas por meio do “Disque Dengue”, que atende pelo telefone 199, e realiza a distribuição dos serviços necessários.
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Guarani é a 3ª cidade com maior incidência no estado
Nas duas primeiras semanas de 2019 foram registrados 1.571 casos prováveis de dengue em Minas Gerais, conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES/MG) na última segunda-feira (14). O documento revelou que Guarani, cidade distante 70 quilômetros de Juiz de Fora, é a terceira cidade no ranking de maior incidência de casos prováveis da doença em todo o estado. Guarani registrou 99 casos casos suspeitos em 2018, o que colocou a cidade em situação de alerta. Nenhuma notificação, entretanto, foi registrada nas duas primeiras semanas de janeiro do ano passado. Neste ano, no entanto, a cidade já registra 27 possíveis casos.
De acordo com a coordenadora de atenção primária e epidemiologia da Prefeitura de Guarani, Vânia do Carmo Moreira, o primeiro Liraa do município deverá ser divulgado na primeira semana de fevereiro. “Desde outubro estamos fazendo um mutirão com os agentes de saúde e agentes de endemia, para fazermos uma varredura nos bairros. Estamos indo casa a casa, fazendo tratamento e trabalho de conscientização em todas escolas”, relatou, sobre as ações de combate ao mosquito.
No município, a maioria dos focos também é encontrada em residências. Para a titular, trabalhar a conscientização da população é o desafio. “Passamos nas casas e todos os dias notificamos casos, a maioria em casas e não em terrenos baldios”. Desde o ano passado, conforme a coordenadora, 16 pessoas tiveram dengue. Destas, quatro precisaram de internação hospitalar. A cidade tem 8,9 mil habitantes.
Região
Até então, Juiz de Fora não teve nenhum caso suspeito da doença em 2019, segundo o boletim. No ano passado, no mesmo período, a cidade já tinha oito registros. No ano todo foram 151 notificações. Outros municípios da Zona da Mata, contudo, já registram prováveis notificações de dengue. Rio Pomba aparece no boletim com 18 casos notificados, Ubá, com cinco, e Leopoldina, com seis. Visconde do Rio Branco tem três casos prováveis, e Cataguases e Muriaé têm uma notificação cada.
Em relação às outras doenças transmitidas pelo Aedes, como zika e chikungunya, foram registrados, respectivamente, seis e 17 casos prováveis em todo o Estado. Em relação à chikungunya, há dois óbitos em investigação em Minas.
Os pequenos municípios de Rodeiro e Piraúba, ambos da Zona da Mata, são os que apresentam notificações para estas doenças na região. Rodeiro tem um caso provável de zika, e Piraúba, dois casos com possibilidade de chikungunya.
Em Minas Gerais, até o momento, há três óbitos em investigação para a dengue.
Tópicos: saúde