Advogado de 75 anos é assassinado com golpes de machado e tem corpo jogado no Paraibuna

Vítima, que também era sargento reformado da PM, foi morta com golpes de machado. Morte teria sido por conta de cobrança de dívida de R$ 300


Por Marcos Araújo e Michele Meireles Repórteres

17/01/2018 às 12h18- Atualizada 18/01/2018 às 11h51

Os bombeiros foram acionados para realizar as buscas pelo corpo nas águas do Paraibuna. (Foto: Leonardo Costa)

*Matéria retificada às 14h10

A Polícia Civil investiga o caso de execução de um advogado de 75 anos, que também era sargento reformado da Polícia Militar. A vítima teria sido morta a golpes de machado em uma casa no Bairro Parque das Torres, na Zona Norte de Juiz de Fora. De acordo com o delegado Luciano Vidal, titular das 1ª e 2ª Delegacias, a família de Carlos de Oliveira Barros, morador do Bom Pastor, na Zona Sul, comunicou seu desaparecimento no último dia 9. Os bombeiros foram acionados para realizar, nesta quarta-feira (17), as buscas pelo corpo nas águas do Rio Paraibuna. Até o fechamento desta edição, a vítima ainda não havia sido localizada.

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“Os familiares informaram que ele saiu de casa no dia 2 (deste mês) e não voltou mais. Começamos a investigar o caso como desaparecimento, e, no curso das investigações, surgiu a informação de que ele havia vindo até esta casa no Parque das Torres para receber uma dívida de R$ 300 referente a honorários”, disse Luciano Vidal, acrescentando que, na tentativa de receber pelos seus serviços, a vítima teria dito ao cliente e autor do crime que, se os honorários não fossem pagos, ele iria voltar para a cadeia. “O cliente e seu comparsa puxaram a vítima para dentro da casa, depois de lhe aplicarem uma gravata, o executaram com golpes de machado no pescoço e depois o jogaram no rio”, detalhou o delegado. Segundo a investigação, um dos autores queimou as roupas que estavam sujas de sangue e os documentos de Carlos. No dia seguinte, a dupla voltou ao imóvel, localizado na Estrada da Remonta, para limpar o local onde o corpo foi executado.

“Até então, os autores estavam achando que não seriam descobertos, porque o corpo não foi encontrado. Mas, na data de hoje (quarta), fomos ao local, e lá testemunhas informaram que o advogado teria sido assassinado, no dia 2 de janeiro”, ressaltou o policial. As equipes da Delegacia de Homicídios e da 1ª e 2ª Delegacias localizaram e prenderem no imóvel um suspeito, de 21 anos. Na casa as roupas queimadas do advogado foram encontradas, o que seria uma tentativa de ocultar o crime, conforme a Polícia Civil.

O jovem, em depoimento, confessou o assassinato e disse que ele e o comparsa, que seria o cliente da vítima e tem 26 anos também, arrastaram o advogado para dentro da casa e o mataram com machadada, jogando o corpo no Rio Paraibuna, que passa atrás do imóvel. O suspeito cliente do advogado está foragido. Conforme Vidal, foi solicitada à Justiça a expedição das prisões temporárias para os dois suspeitos. Ainda como aponta a investigação, o jovem cliente da vítima tem antecedente por uma tentativa de homicídio, e o advogado estava trabalhando para ele numa causa de porte ilegal de arma de fogo. “Agora, vamos buscar o segundo autor e efetuar a prisão dele. Ambos serão indiciados por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, dificultar a defesa da vítima e ocultação de cadáver.

Vítima saiu de casa afirmando que iria viajar

A esposa da vítima relatou, no Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) em que comunicou o desaparecimento do marido, que, em 2 de janeiro, por volta das 15h, Carlos saiu de casa, informando que iria realizar uma viagem de trabalho. Ele foi questionado sobre o motivo de não ter se arrumado para tal viagem e respondeu que não era preciso, pois iria pegar uma estrada de terra. Ainda segundo o documento policial, a esposa, que tem 70 anos, relatou que não era costume do marido realizar viagens e que, nestas raras ocasiões, não passava mais de três ou quatro dias fora de casa. Ela ainda acrescentou que teria realizado diversas ligações para o número da vítima, mas todas sempre caíram na caixa postal.

Na tarde desta quarta, a Tribuna entrou em contato com a esposa de Carlos, porém ela preferiu não comentar sobre os fatos, alegando que, no momento, a situação estava muito difícil para que pudesse dizer algo a respeito do caso e que preferia falar em outra ocasião.

*RETIFICAÇÃO: Inicialmente, a Tribuna informou que o nome da vítima, conforme divulgado pela Polícia Civil, era Carlos Alberto de Matos.

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