Jovem consegue novas imagens para tentar provar inocência
Câmera de segurança da Avenida Rio Branco mostra rapaz indo em direção ao PAI próximo ao horário do roubo
O jovem de 24 anos preso em flagrante pela Polícia Militar por roubo a pedestre no último dia 3, no Bairro Cruzeiro do Sul, conseguiu novas imagens de câmera de segurança para tentar provar sua inocência. Na terça-feira (15), o ajudante de pintor Rafael Minas de Souza teve acesso a filmagens de um equipamento instalado na Avenida Rio Branco, perto da Rua Floriano Peixoto, que flagrou parte do trajeto de ida do Parque Halfeld para o Pronto Atendimento Infantil (PAI), na Avenida dos Andradas. Na ocasião, o rapaz estava com um primo e a namorada levando a enteada, de 2 anos, para ser medicada. A família deve apresentar as gravações à Polícia Civil, que investiga o caso por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos. Rafael chegou a ficar três dias preso, sendo um no plantão da delegacia de Santa Terezinha e dois no Ceresp.
“Os moradores da Avenida Rio Branco estão me ligando para dar o vídeo. Estão me ajudando porque viram meu trajeto. Consegui imagem do horário das 18h30 e estou aguardando outro que deve ser por volta das 19h”, contou Rafael. A vítima de roubo, 22, relatou à polícia ter sido rendida por um homem negro, magro e alto, por volta das 19h, na Rua Aurora Torres, na divisa do Cruzeiro do Sul com o Bairro Santa Luzia. O boletim de ocorrência foi registrado pela PM às 20h21. Segundo o relato da mulher, o assaltante estava armado com canivete e, mediante ameaças, roubou sua mochila com blusa de moletom, celular, carteira, R$ 30, documentos e chaveiros.
A vítima chegou a identificar Rafael como suspeito por meio de foto mostrada pela PM no dia do crime. O procedimento, no entanto, fere o Código de Processo Penal, conforme o advogado Carlos Mattos. Ele também critica o reconhecimento pessoal realizado na delegacia de Santa Terezinha, na última segunda-feira, por não ter contado com a presença de outros suspeitos e devido à estrutura precária. O advogado destaca que as características apontadas pela mulher são comuns a muitas pessoas e que Rafael foi confundido, já que as filmagens reforçariam que seu cliente não estava perto de casa, no Cruzeiro do Sul, no momento do crime.
“Por que prevalecem só as palavras dessa suposta vítima, se temos as provas que não foi ele? Por que não querem ver nossas filmagens? Por que não puxam Olho Vivo? Só porque meu filho é preto e pobre?”, questiona a mãe de Rafael, Márcia Minas, 42. “Corremos atrás e conseguimos novas imagens. Agora temos filmagem do trajeto dele indo para o PAI. Já tínhamos (imagens de Rafael) voltando.” Ao todo, segundo ela, já são pelo menos quatro gravações que demonstram que Rafael estava na região central no dia e horário do roubo.
As provas reforçam a tese de negativa de autoria defendida pelo advogado. Após ter sido preso na noite do dia 3, o jovem ficou até o fim da manhã seguinte na delegacia e foi encaminhado ao Ceresp. Já na tarde do dia 6, ele obteve a liberdade provisória durante audiência de custódia no Fórum Benjamin Colucci. O ajudante de pintor declarou ter sido humilhado, mesmo tendo se apresentado à polícia espontaneamente momentos após a denúncia.