Imóveis seguem interditados após deslizamento na Zona Leste

A Defesa Civil de Juiz de Fora vai manter, durante todo o fim de semana, interditados os 18 imóveis das ruas Artur Machado Filho e São José, entre os bairros São Benedito e Santa Cândida, que precisaram ser desocupados depois do deslizamento de terra ocorrido na manhã de sexta-feira na localidade, que matou uma pessoa. O escorregamento do barranco, de 30 metros de altura, ainda deixou 80 pessoas desalojadas, destruiu pelo menos três casas, provocou o fechamento da São José para o tráfego e acarretou a interrupção dos serviços fornecidos pela Cemig e Cesama.

A vítima fatal do deslizamento, Anderson Gomes, 53 anos, foi velada no Cemitério Municipal, e o sepultamento estava agendado para 16h deste sábado. O morador, que ficou preso nos escombros por cerca de 30 minutos, chegou a ser socorrido com vida pelos bombeiros e encaminhado ao HPS, sendo conduzido ao centro cirúrgico na unidade. Por volta das 17h, no entanto a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde confirmou o seu falecimento.

Procurado pela Tribuna na manhã deste sábado, o coordenador da Defesa Civil, Jefferson Rodrigues, informou que a Rua São José foi liberada ainda na sexta-feira, e que o fornecimento de energia elétrica pela Cemig foi normalizado no mesmo dia. Já os serviços da Cesama continuam interrompidos – sem previsão de retorno – para não aumentar o risco de eventuais deslizamentos, e a população local tem sido abastecida por caminhões-pipa.

“Não vamos tomar nenhuma ação maior durante o fim de semana, esperando para saber se a situação está estabilizada. Primeiro faremos um estudo para depois desenvolver as ações necessárias”, explicou Jefferson. “No momento, estamos fazendo apenas a retirada de parte dos escombros de um dos imóveis atingidos na São José para o morador retirar objetos pessoais; de resto, só monitoramento.” Ainda de acordo com o coordenador da Defesa Civil, não foram registradas ocorrências por conta da chuva que caiu na cidade na noite de sexta.

Deslizamento

O desastre teve início por volta das 10h30 de sexta, quando engenheiros da Defesa Civil estavam em uma residência de dois andares, na Rua Artur Machado Filho, após solicitação de vistoria, pelo número 199, em razão de trinca na parede. Durante o atendimento, parte do imóvel começou a ruir, e os moradores foram retirados às pressas. No entanto, o escorregamento do barranco atingiu em cheio duas casas na Rua São José, que fica logo abaixo.

As estruturas foram ao chão, e os destroços encobriram Anderson, que estaria no terraço do imóvel onde residia sozinho, justamente observando o perigo ao alto. Ele foi localizado em um trabalho minucioso dos 15 bombeiros mobilizados na ocorrência e resgatado com sinais vitais fracos, mas foi reanimado por uma equipe do Samu e levado, cerca de duas horas depois, para o HPS. Além da vítima, três cachorros precisaram ser resgatados pelo Corpo de Bombeiros, mas não sofreram ferimentos.