Secretaria de Estado de Saúde confirma dois casos de zika vírus em Minas, um deles em Ubá


Por Tribuna

14/01/2016 às 19h28- Atualizada 14/01/2016 às 20h12

Atualizada às 19h52

A Secretaria de Estado de Saúde confirmou, na tarde desta quinta-feira (14), os primeiros dois casos de zika vírus em Minas Gerais. Um deles é de uma gestante em Ubá, cidade distante 100 quilômetros de Juiz de Fora, e o outro é de um recém-nascido em Curvelo, na região central do Estado, que também foi diagnosticado com microcefalia. O anúncio foi feito pelo superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da secretaria, Rodrigo Said. Segundo ele, os dois casos confirmados foram notificados em dezembro e, por enquanto, não é possível afirmar que o bebê da gestante também tenha contraído microcefalia.

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Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Ubá, os detalhes sobre o caso só serão apresentados à imprensa na manhã desta sexta-feira (15), após uma reunião com autoridades locais. Conforme o prefeito da cidade, Vadinho Baião (PT), que participa de compromissos oficiais em São Paulo (SP), ainda há poucas informações sobre a situação anunciada pelo Governo de Minas. “É preocupante, e estamos acompanhando tudo.” Não foi informado se a gestante está internada em alguma unidade de saúde de Ubá.

O zika vírus é transmitido pelo mesmo mosquito que propaga a dengue, o Aedes aegypt. Apenas em Ubá, nos últimos dois meses, foram quase dois mil casos de dengue notificados. Agora, com a confirmação do zika, Baião informou que não haverá mudanças nas estratégias de combate ao inseto. “Precisamos continuar implantando as ações já acertadas com o Estado. Estamos contratamos 30 agentes, em caráter de emergência, e ainda deslocando 80 agentes de saúde para também fazerem este trabalho. Além disso, iniciamos a montagem de plantões específicos em dois hospitais e vamos contratar pessoal exclusivamente para atender casos suspeitos de dengue.”

Outras ações citadas pelo prefeito têm objetivo de mobilizar a população sobre o problema enfrentado. “Estamos atuando, por exemplo, com trabalhadores das fábricas de móveis, motivando-os a inspecionar suas casas e eliminar os focos. O momento exige a mobilização de todos. Ubá sofreu muito no ano passado com a falta de água, por causa da chuva escassa. Por esta razão, muitos moradores fizeram reservatórios em suas casas que, agora, se transformaram em criadouros. Por isso Ubá atingiu estes números.”

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, Minas Gerais teve, até o momento, 55 casos suspeitos de microcefalia, sendo 36 já descartados. Com relação ao zika foram 46 notificações, com oito descartados. O restante permanece em investigação.

Zika vírus
O zika vírus é transmitido por meio da picada do Aedes aegypt e se manifesta em forma de febre baixa, coceira e manchas avermelhadas na pele. O Ministério da Saúde já admite a relação de casos de zika vírus e microcefalia em bebês. Estes têm por característica nascerem com perímetro encefálico menor que o considerado normal, que seria mais de 32 centímetros. Em alguns casos, os recém-nascidos se desenvolvem com algum tipo de sequela, que pode ser branda ou severa. Além do zika e da dengue, o Aedes também é transmissor da febre chikungunya.

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