Curto-circuito em celular provoca incêndio em imóvel

Jovem de 24 anos deixou o aparelho carregando em cima da cama e embaixo de um cobertor, o que pode ter causado superaquecimento. Especialistas orientam população sobre riscos de deixar celulares ligados à tomada em superfícies inflamáveis


Por Rafaela Carvalho

13/10/2017 às 13h22- Atualizada 13/10/2017 às 18h04

Foto do leitor Jefferson Neves

Um celular que estava carregando na tomada pode ter sido a causa de um incêndio em uma residência no Bairro Santa Cruz, Zona Norte de Juiz de Fora, na manhã desta sexta-feira (13). De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, o motivo teria sido um curto-circuito no carregador, que estava sendo usado no aparelho em um dos cômodos do imóvel. Conforme o relato dos bombeiros, as chamas causaram danos materiais e foram rapidamente controladas. Dois moradores ficaram intoxicados pela fumaça. O Samu foi acionado, mas as vítimas recusaram atendimento médico.

O acontecimento surpreendeu o padeiro Jefferson Neves, 24 anos, dono do aparelho. Ele contou à Tribuna que o incêndio durou 15 minutos, tempo suficiente para queimar todos os seus pertences. “Meu pai tinha saído, e eu saí para trabalhar às 7h15. Ficaram em casa minha madrasta e meu irmão, de 10 anos, dormindo no segundo andar. Quando deu 7h30, chegaram ao meu serviço avisando que a casa estava pegando fogo. Deu perda total no quarto, mas o fogo não chegou a outros cômodos.”

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Segundo Jefferson, o celular foi deixado carregando em cima da cama, embaixo de um cobertor. Não havia outros aparelhos eletrônicos no cômodo, mas a cama, um guarda-roupa e uma cômoda foram destruídos pelas chamas. “Minha madrasta percebeu o problema com o barulho da explosão do celular. Foi tudo muito rápido, coisa de 15 minutos. Foram os vizinhos que ajudaram a tirar meu irmão da casa, porque o fogo estava chegando nas escadas. Quando tudo passou, ele deu o celular dele, que era da mesma marca que o meu, para o meu pai, e disse que não queria ficar mais com aquilo”, contou.

Conforme o jovem, ele não pretende acionar a fabricante do celular já que a nota fiscal do aparelho estava junto com seus pertences e acabou sendo queimada. Apesar do susto, segundo ele, fica o aprendizado. “Eu já percebia que o celular esquentava direto quando estava no bolso ou quando eu colocava para carregar, mas a gente nunca acha que vai acontecer com a gente.”

 

Orientações

Os casos de curto-circuitos e princípios de incêndio causados por celulares carregando têm se tornado cada vez mais comuns. Conforme o professor da Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Juiz de Fora, Cristiano Gomes Casagrande, não é possível afirmar se é por conta de características dos modelos atuais, mas é comum haver o aquecimento, e as pessoas devem atentar para os sinais de perigo.

“É relativamente normal o aparelho aquecer, mas, já que isso acontece, a pessoa tem que tomar cuidado. O ideal é deixar o celular carregando em cima de um móvel ou em algum lugar que minimize o risco de pegar fogo, como no chão. É preciso pensar que ali está passado uma corrente elétrica, ligada à rede, e isso pode provocar acidentes.” Segundo o professor, quando o aparelho está carregando, uma corrente elétrica passa por um circuito, gerando calor. O aquecimento, quando em excesso, pode provocar o início das chamas.

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Para a tenente Priscila Adonay, do Corpo de Bombeiros, dois passos simples devem ser seguidos: o primeiro é verificar se a tensão da tomada está correta para determinado tipo de carregador. O segundo é evitar o uso de benjamins para ligar muitos eletrônicos na mesma tomada. Outras orientações são não utilizar o aparelho enquanto ele está carregando e não deixá-lo conectado ao carregador por mais tempo que o necessário para carregar a bateria.

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