Desmoronamento de passagem pode isolar moradores do Retiro

Após chuva, calçada, único ponto de passagem dos moradores, sofreu erosão e ameaça derrubar poste


Por Gabriel Ferreira Borges, estagiário sob a supervisão da editora Regina Campos

13/03/2018 às 16h55- Atualizada 13/03/2018 às 21h00

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Com o desabamento de parte da contenção, as tubulações foram expostas, e o espaço de passagem dos habitantes foi consideravelmente reduzido (Foto: Fernando Priamo)

As fortes chuvas que caíram sobre Juiz de Fora no último fim de semana afetaram a estrutura da passagem que liga cerca de 15 casas à Avenida Doutor Francisco Álvares de Assis, na altura do número 1.752, no Bairro Retiro, região Sudeste de Juiz de Fora. O problema começou depois das chuvas da última quinta-feira (8), quando a água desestabilizou a estrutura de terra responsável pela sustentação da passagem. Em seguida, os altos volumes de precipitações a partir de sábado (10), deterioraram a contenção de concreto após o transbordamento do córrego. “A Prefeitura veio na sexta, porque a enchente de quinta fez um vão por debaixo da passagem. Era tudo concretado. Eles falaram que viriam arrumar, mas não vieram”, relata a moradora Rosane Braga, 56 anos. Conforme os residentes do local, o acesso é desprovido de manutenção pública.

Após a enchente, os vizinhos ficaram ilhados até a manhã de domingo (11), quando o nível da água do córrego descobriu a passagem e os moradores puderam atestar a situação crítica da calçada. Com o desabamento de parte da contenção, as tubulações foram expostas, e o espaço de passagem dos habitantes foi consideravelmente reduzido. Atualmente, os moradores utilizam uma tábua para atravessar de um ponto a outro da passagem. “Nós somos obrigados a passar por aqui, porque é o único caminho que nós temos”, conta Cléber dos Santos Cardoso, 36 anos. “O nosso medo é alguém passar mal dentro de casa e necessitar ser levado. Quando havia a passagem, já era complicado. A maca não passava”, completa Rosane.

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Há três meses, a barreira de contenção inexistia. Além de providenciar as pedras para a passagem há seis anos, os próprios moradores concretaram as margens do córrego. A erosão da barreira também afetou a estabilidade de um poste à beira do riacho. O morador Willian Antônio Braga, 57 anos, acionou a Defesa Civil no próprio sábado, mas os representantes da pasta só compareceram ao local na manhã desta terça-feira (13).

Em contato com a Tribuna, a assessoria da Defesa Civil informou que a Secretaria de Obras realizou vistoria na área e programou intervenções na via após a redução da água, para que os trabalhos não sejam comprometidos. Porém, de acordo com, Cléber, “o nível de água do riacho já está normal”.

Além disso, sob o protocolo de número 2061728589, a Cemig esteve no local para vistoriar a situação do equipamento urbano e, de acordo com nota enviada ao jornal, constatou que há realmente risco de queda, caso o assoreamento persista e novas tempestades ocorram. “O ideal, e estaremos aguardando até a próxima sexta-feira, é que a Prefeitura de Juiz de Fora faça uma obra emergencial de contenção, pois, além do poste, outras estruturas estão em risco. Caso esta não seja feita, iremos removê-lo do local”, concluiu a nota.

Ameaça de árvore

Além disso, no final da passagem, uma árvore ameaçava desabar sobre a laje de uma residência. “Se não fosse um pé de mamão e a fiação, a árvore cairia em cima da laje. O pé de mamão bateu na quina da laje e quebrou, mas uma parte ficou em pé. A árvore ficou apoiada nessa parte e na fiação”, informa Cléber. Após ser acionado, o Corpo de Bombeiros vistoriou a vegetação na tarde desta terça e providenciou o corte à noite.

 

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