Juiz de Fora tem dia recorde de vacinação
Cerca de 35 mil juiz-foranos foram vacinados contra a febre amarela no último sábado (11), durante o Dia Especial de Vacinação organizado pela Secretaria de Saúde. Milhares de juiz-foranos compareceram às 63 Unidades de Atenção Primária à Saúde (Uaps), ao PAM-Marechal, e aos departamentos de Saúde do Idoso e da Criança e do Adolescente para obter a imunização. A procura pela vacina superou em 75% a meta de 20 mil doses que a Secretaria tinha estipulado para utilizar durante a campanha, marcando o sábado como o dia de maior imunização já realizada pela Prefeitura. De acordo com a pasta, 20 carros foram utilizados para reabastecer todos os postos de vacinação durante a manhã, e a campanha mobilizou 800 profissionais de Saúde, além de voluntários. Apesar da quantidade de postos e do número de funcionários atendendo a população, muitos não conseguiram se vacinar. Para estes usuários, a Secretaria destaca que a recomendação é comparecer às Uaps das 8h15 às 11h45 e das 13h15 às 16h45. No PAM-Marechal, o atendimento também continua normalmente, sem intervalo para horário de almoço. No sábado, vereadores integrantes da Comissão de Saúde Pública e Bem-Estar Social da Câmara Municipal visitaram os principais locais de vacinação com o objetivo de fiscalizar o mutirão. Os legisladores verificaram o número de doses enviado para cada Uaps e estiveram no Bairro São Pedro, onde o macaco infectado com febre amarela foi encontrado. Segundo a comissão, três mil doses foram utilizadas nessa localidade. Em geral, os vereadores concluíram que o problema que gera a demora no atendimento nas unidades, de cerca de uma hora e meia, “é a burocracia aliada ao pequeno número de funcionários da Secretaria de Saúde, que são apenas 800 distribuídos em 63 Uaps no município. A partir desta constatação, os membros da comissão pretendem deliberar quanto às demandas a serem feitas à Secretaria de Saúde”.
Agressões a servidores e falta de vacinas
No último sábado (11), a Tribuna recebeu diversos relatos de juiz-foranos que tentaram se vacinar, mas não conseguiram. Conforme o Sindicato dos Servidores Públicos (Sinserpu) de Juiz de Fora, alguns funcionários também enfrentaram problemas. Segundo o presidente do órgão, Amarildo Romanazzi, há diversos relatos de servidores que foram agredidos verbalmente por usuários, que se exaltaram por conta da distribuição de senhas e do encerramento das atividades. “Recebemos várias ligações de profissionais relatando que as pessoas não entendiam a situação e cobravam do trabalhador, com agressões verbais. Mas quem define o horário de trabalho é o gestor, no caso, a Secretaria de Saúde.” De acordo com Romanazzi, a pasta optou por realizar a campanha das 8h às 13h para evitar o pagamento de almoço e mais horas extras para os funcionários que trabalharam no sábado. Um dos principais casos de agressão teria ocorrido na Uaps do Bairro Nossa Senhora Aparecida, região Leste. Uma usuária teria gritado com uma servidora e, mais tarde, fez uma publicação em uma rede social onde inseriu o nome dela. “Uma funcionária foi agredida verbalmente e sofreu uma situação de muito constrangimento. As pessoas chegaram depois do meio-dia e não foram atendidas, mas não era culpa dos funcionários, foi culpa da desorganização”, opinou a agente de saúde da Uaps, Lione Santos. Além da agressão de uma funcionária, a Uaps Nossa Senhora Aparecida também teve outro problema. A geladeira onde as doses de vacina são armazenadas estragou, e, no sábado, o material ficou em caixas térmicas. “Primeiro, nosso ar-condicionado deu problema e foi consertado alguns dias depois. Perdemos algumas doses de vacinas e, em seguida, a geladeira também deu problema”, relatou uma funcionária que não quis se identificar. A Secretaria de Saúde afirmou que o problema já está sendo resolvido. Na Uaps, há um cartaz dizendo que a vacinação na unidade aconteceu no último sábado e vai acontecer no próximo sábado, 18, das 8h às 13h. Sobre os casos de agressão, a Secretaria de Saúde informou que está ciente de um dos casos, situação em que a funcionária foi agredida física e verbalmente por usuários, acionou a Polícia Militar e registrou a ocorrência. Neste caso, as informações foram encaminhadas para a Procuradoria Geral do Município e para a Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH). Sobre uma possível economia para evitar gastos com os funcionários trabalhando por mais tempo, a assessoria do órgão se limitou a dizer que organizou o mutirão com o objetivo de facilitar o acesso à vacina para quem não tem tempo de ir às unidades durante a semana.