Espaço Emprego: fila por uma oportunidade de trabalho começa de madrugada

No total, foram oferecidas 300 vagas em mutirão; interessados começaram a chegar às 5h no Parque Halfeld


Por Gabriel Silva

12/12/2022 às 14h03

A manhã desta segunda-feira (12) foi de expectativa para dezenas de pessoas que compareceram ao segundo dia da nova edição do “Espaço Emprego”, ação que oferece postos de trabalho à população de Juiz de Fora. Após a alta procura no sábado (10), nesta segunda uma longa fila foi formada no Parque Halfeld desde às 5h por pessoas procurando uma oportunidade de emprego. O Grupo Project coletou currículos para o preenchimento de 300 vagas para funções diversas. A ação aconteceu entre 9h e 17h.

A primeira edição do Espaço Emprego aconteceu em outubro, quando mais de cem vagas na área comercial foram ofertadas. O projeto da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) oferece, nesta segunda edição, cerca de 1,1 mil vagas. No sábado, as oportunidades foram para a empresa Cercred, especializada em prestação de serviços de contact center e recuperação de crédito. Nesta segunda, as oportunidades são para Project, empresa que realiza consultoria empresarial.

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A Project abriu vagas para vendedor, recepcionista, assistente/auxiliar administrativo, atendente, garçom, caixa, auxiliar de cozinha, serviços gerais, estágios variados, corretor, balconista e farmacêutico, além de cadastrar currículos no “banco de talentos”. “A ideia é que a entrega do currículo seja aqui e, depois, marcaremos uma entrevista na sede da empresa, onde vamos ver em qual função a pessoa se encaixa e, assim, direcionar para a oportunidade”, explica Cláudia Barros, gerente geral da empresa.

Movimentação na manhã desta segunda-feira no Espaço Emprego JF (Foto: Gabriel Silva)

Longa espera

Antes mesmo que o Espaço Cidade fosse aberto para receber os postulantes às vagas de emprego, uma longa fila foi formada no Parque Halfeld, a poucos metros de dobrar a Rua Santo Antônio. O contingente de candidatos incluía pessoas de diferentes perfis e idades, todas com o objetivo em comum de voltar a encontrar um lugar no mercado de trabalho. Os primeiros da fila chegaram antes mesmo das 6h e tiveram de aguardar até que conseguissem entregar o currículo e renovar as esperanças de conquistar uma das 300 vagas oferecidas

Um dos primeiros na fila era Evandro Silva, de 33 anos, que chegou ao Parque Halfeld por volta das 5h40. “Cheguei mais cedo para entrar na fila porque, se chegar tarde, você não consegue vaga”, diz ele, que conta sobreviver de “bicos” desde 2015. Desde a eclosão da pandemia de Covid-19, em 2020, comenta, mesmo os serviços temporários estão mais escassos. “Tem um mês que não consigo nenhum bico. Eu recebo o auxílio, mas não é suficiente. Só de aluguel eu gasto R$ 400”, afirma. “(O desemprego) não é por falta de tentativa, porque eu saio de casa cedo todos os dias. Estou procurando conseguir um emprego para ter uma renda. Eu não sei se no próximo Natal eu vou ter comida em casa.”

Já Jovelino Neto estava na fila desde às 6h30. Aos 62 anos, ele aguarda a resposta de um pedido de aposentadoria junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que tramita desde abril do ano passado. Entretanto, enquanto a solicitação não é atendida, ele busca sair da fila do desemprego. “Estou desempregado desde agosto de 2020. Já fiz dez entrevistas de emprego, mas, por causa da idade, eu não consigo (vaga)”, lamenta Jovelino, que conta com o apoio de familiares para ter o sustento. “Eu tenho oito irmãos e a nossa família é unida. Quando alguém tem problema na vida, os irmãos se reúnem e se ajudam.”

Por volta das 6h30 também chegou à fila Vera Corrêa, de 69 anos. Desempregada há pouco mais de uma semana, ela não se vê em condição de esperar pelo recebimento da rescisão contratual. “Eu pago aluguel e tenho uma neta especial em casa. Tenho que correr atrás de qualquer vaga de emprego, porque minha filha não pode trabalhar.”

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