Mais 4 macacos mortos com febre amarela na Zona da Mata
Estado confirma casos e dá orientações para reforçar prevenção contra a doença
Em coletiva realizada na Superintendência Regional de Saúde, no início da tarde desta sexta-feira (12), o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Rodrigo Said, detalhou sobre o reforço das ações de vacinação e do alinhamento dos fluxos de notificação, coleta de material para diagnóstico e tratamento para casos suspeitos de febre amarela na Zona da Mata. A região teve um caso confirmado de óbito pela doença em Mar de Espanha esta semana e tem outros dois sob investigação, um em Barra Longa, cidade a cerca de 340 quilômetros de Juiz de Fora, e outro em Goianá, distante 50 quilômetros da cidade. O subsecretário também confirmou a morte de macacos por febre amarela em Mar de Espanha, Matias Barbosa, Santana do Deserto e Simão Pereira.
Rodrigo Said explicou que o Estado trabalha com o plano de contingência que prevê uma série de ações contra a doença. Uma reunião com representantes dos municípios da região também seria realizada para reforçar as orientações sobre a mobilização da população, destacando a importância da vacinação, com foco principalmente sobre as pessoas do sexo masculino, com idades entre 33 e 65 anos, moradores de regiões periurbanas ou rurais, que representam 90% das pessoas que apresentaram sintomas de febre amarela. A estimativa do Estado é que 3,6 milhões de pessoas ainda não foram vacinadas. A SES conta com 1,4 milhão de doses, o que o subsecretário indicou como suficiente para chegar aos 95% de cobertura preconizados pelo Ministério da Saúde.
“Minas Gerais é uma área endêmica para febre amarela. No período de 2016 e 2017, tivemos o maior surto, quando foram notificados 475 casos humanos de febre amarela no estado, com a ocorrência de 162 óbitos em função da doença. Temos agora 11 casos de febre amarela, com nove óbitos. Nosso recado para todas as secretarias municipais e para a população é a importância de intensificar a vacinação para pessoas que não tenham a imunização”, destaca Said. Além da vacina, o secretário afirma que a população deve se prevenir, evitando áreas em que há suspeita de transmissão da doença, com a utilização do repelente e roupas com mangas compridas, caso precisem estar expostas a locais de risco.
Além das vacinas, o Estado trabalha com a mobilização por meio de informação e reforço das equipes de campo empenhadas no processo de investigação, controle dos vetores e classificação das epizootias (mortes de macacos). “Temos a circulação do vírus em todo o estado, estamos no período sazonal da doença, com a presença do vetor, com todas as características climáticas favoráveis a esse processo. Então é preciso estar atento e focar na prevenção”, reforça. “É importante lembrar que, em 2016, tínhamos apenas 50% da população vacinada, mas ainda temos 342 municípios que ainda não atingiram a faixa dos 80% de cobertura. Por isso, o objetivo é intensificar as estratégias. A vacina em dose completa está disponível nas mais de quatro mil salas de vacinação de Minas Gerais.”
Vacinação reforçada no sábado
Neste sábado, visando a imunização de pessoas que não têm disponibilidade de se deslocar a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) durante os dias de semana, a Secretaria de Saúde de Juiz de Fora irá realizar uma ação de vacinação no Espaço Cidadão do Centro (Avenida Rio Branco 2.234), das 8h às 13h. A pasta também tem reforçado as imunizações em nas 63 UBS da cidade, no PAM-Marechal e nos departamentos de Saúde do Idoso e da Criança e do Adolescente.
De acordo com o superintendente regional de Saúde de Juiz de Fora, Oleg Abramov, a cobertura vacinal de Juiz de Fora chegou a 86,38% no último dia 5. Não houve mudança na categoria do município, que continua no segundo nível, quando há suspeitas de casos e se intensifica a vacinação, os últimos casos de epizootias ainda dependem de confirmação, segundo ele.
Em Minas, de julho de 2017 até agora, há 460 ocorrências de mortes de macacos, em 114 municípios. Dos 114 municípios, tivemos 21 casos confirmados de febre amarela nos animais, 17 resultados negativos, 50 em que o estado de decomposição dos animais impediu o recolhimento das amostras e 17 resultados negativos, em que não há o vírus. Todas as ocorrências registradas até o momento são do ciclo silvestre da doença.
Carnaval
Cidades como Mar de Espanha, que teve um óbito confirmado por febre amarela, costumam receber centenas de foliões em seus tradicionais blocos carnavalescos. No entanto, não haverá estratégia específica de imunização para esse público. O subsecretário Rodrigo Said explica que quem tem pretenção de viajar para alguma área com casos suspeitos de febre amarela deve tomar a vacina dez dias antes do deslocamento. O período é necessário para que o corpo assimile a dose.