Morte de idosa é caso de latrocínio, revela delegado
Parentes da vítima prestaram depoimento e apontaram a falta de objetos de valor, cartões e dinheiro
A morte da idosa de 69 anos dentro de sua própria casa no Bairro Três Moinhos, Zona Leste, no último domingo, foi um caso de latrocínio (roubo seguido de morte), segundo informou o delegado Rodrigo Rolli nesta terça-feira (11). A conclusão veio após o depoimento de dois familiares da vítima, Sebastiana Moreira Toledo. Ao prestar declarações na manhã desta terça na Delegacia Especializada de Homicídios, os parentes relataram que deram falta de vários objetos na residência da Rua José de Castro Ribeiro, entre eles um televisor, um aparelho de som e três celulares, além de cartões de crédito e de determinada quantia de dinheiro em espécie. De acordo com Rolli, dois suspeitos já foram identificados, e contra um deles já há mandado de prisão em aberto por homicídio. A equipe faz diligências na tentativa de localizá-lo.
Como os familiares ficaram abalados com o assassinato, o levantamento dos materiais roubados não chegou a constar no boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar no dia do crime. “Ela deixava terceiros terem fácil acesso à casa, e os suspeitos moravam próximo ao local”, disse o delegado, indicando que o comportamento da idosa pode ter contribuído para o crime. “A porta foi encontrada por um familiar aberta, com a sala revirada e a luz acesa. O quarto não tinha sinais de luta e estava com a luz apagada. São os detalhes que temos da investigação até este momento.”
Por não se tratar de homicídio, o caso será encaminhado para investigação na Delegacia Especializada de Repressão a Roubos. “As oitivas são suficientes para demonstrar que se trata de latrocínio”, enfatizou o delegado. Rolli acrescentou que, apesar de ainda não terem sido liberados os laudos de necropsia e de local feito pela perícia, a cena do crime demonstra que a moradora teria sido morta por meio de esganadura ou de sufocamento, este supostamente por meio do próprio travesseiro da vítima. “Ela estava com sangue no rosto, com metade do corpo para fora da cama, e o travesseiro acima também tinha marcas de sangue, conforme depoimento dos familiares.”
O assassinato da idosa elevou para 75 o número de mortes violentas em Juiz de Fora este ano, segundo levantamento da Tribuna. A estatística leva em conta os óbitos ocorridos também nos hospitais em decorrência de crimes e ainda os casos de latrocínio e de feminicídio. O número é menor do que o contabilizado até o mesmo período do ano passado, quando 81 pessoas já haviam perdido suas vidas de forma violenta.