Arquidiocese reúne jornalistas para o Dia das Comunicações
Para marcar o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais, comemorado no último domingo (8), a Arquidiocese de Juiz de Fora reuniu a imprensa local nesta quarta-feira (11) para um café da manhã na Cúria Metropolitana. A proposta do evento foi levar aos jornalistas a mensagem emitida pelo Papa Francisco a respeito da data, que trouxe como tema “Comunicação e misericórdia: um encontro fecundo”, fazendo uma reflexão sobre a importância dos meios de comunicação, e dos comunicadores de modo geral, para a construção da sociedade.
O coordenador da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese, padre Antônio Camilo de Paiva, destacou alguns pontos do texto escrito pelo pontífice, acrescentando que a Igreja Católica possui observatórios de comunicação em universidades de Roma, que realizam pesquisas sobre as tendências na comunicação. Geralmente, nestas mensagens, o Papa destaca alguns destes resultados. “A Igreja não enxerga os meios e os instrumentos de comunicação como discriminatórios, mas instrumentos de reflexão”, pontuou.
O padre ainda comentou que Francisco classifica os comunicadores como pontes importantes entre as pessoas, favorecendo o encontro entre elas. “O comunicador é quase um sacerdote, pois pontifica a palavra entre grupos, etnias e religiões. Cada comunicador, porém, deve escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar incompreensões, curar a memória ferida e construir a paz e a harmonia.”
O arcebispo metropolitano, dom Gil Antônio Moreira, destacou que, desde o Papa Paulo VI, todos os pontífices têm valorizado muito esta data. “As cartas enviadas não são direcionadas apenas aos católicos e cristão, mas a todos os profissionais e agentes de comunicação nas comunidades como um todo.” Dom Gil disse que a Arquidiocese está presente em muitos destes canais, inclusive a Web TV, o mais recente lançado. Ele ainda anunciou que, em breve, a Rádio Catedral vai aumentar seu raio de abrangência na cidade, pois, até o momento, seu alcance ainda é muito limitado.
Harmonia e paz
Nesta quarta-feira (11), após a audiência geral realizada na Praça de São Pedro no Vaticano, o Papa Francisco direcionou uma mensagem ao Brasil, desejando que os brasileiros sigam pelo “caminho da harmonia e da paz” para superar os momentos difíceis que atravessa. O Papa ainda rogou à Nossa Senhora de Aparecida que, “como uma boa mãe nunca abandona seus filhos, que os proteja e guie neste caminho”. A mensagem foi a primeira emitida pelo pontífice sobre a situação política e econômica do país, inclusive, próxima das discussões sobre a possível abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Durante o evento, dom Gil comentou a mensagem do Papa e avaliou o cenário atual do país. Para ele, a Igreja Católica deve defender a paz, fazendo com que as coisas nunca sejam resolvidas com violência, força, gritaria e armas, mas através do diálogo. “O país está dividido entre aqueles que acham que a melhor saída é interromper o Governo e aqueles que acham o contrário. É um direito que a nação tem de refletir sobre o Governo e definir quais são as perspectivas que temos de lutar.”
O arcebispo ainda desejou que o Governo seja capaz de vencer a corrupção. Para ele a corrupção mata um povo e desrespeita a dignidade da pessoa humana. “Não vamos isentar nenhum partido. A Igreja acha que é necessária um reforma política verdadeira, que não abrange apenas os métodos eleitorais. Devemos, juntos, ter a capacidade de fazer uma reforma que possibilite um sistema melhor para o país. A Igreja não tem partido nem candidato, ela tem princípios.”