‘Há muito mais que beleza nos concursos’, diz Miss Júlia Horta

Em entrevista por telefone à Tribuna, a juiz-forana Júlia Horta, eleita Miss Brasil no último sábado, defende a sororidade entre as mulheres e diz que quer dar visibilidade para o feminismo


Por Mauro Morais

11/03/2019 às 20h29- Atualizada 11/03/2019 às 22h53

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Júlia é formada em comunicação social pela UFJF e atualmente atua como influenciadora social e palestrante. (Foto: Miss Brasil Be Emotion/Divulgação)

Quando pisou no palco do concurso Miss Brasil Be Emotion na noite do último sábado (9), a juiz-forana Júlia Horta tinha 80 mil seguidores no Instagram, número que lhe garantia a atuação como influenciadora digital na cidade. Na tarde desta segunda, menos de 48 horas depois de Mayra Dias, Miss Brasil 2018, ter lhe passado a coroa e a faixa, Júlia já reúne mais de 300 mil virtuais admiradores em sua principal rede social. E o número não para de crescer. A cada hora amplia-se exponencialmente. A ficha ainda não caiu, garante a jovem de 24 anos, indiscutível beleza e igual simpatia. “A visibilidade de uma Miss Brasil é enorme”, comemora ela, que tem recebido mensagens de conterrâneos igualmente ilustres, como Scheila Carvalho e Leda Nagle. “Pessoas que admiro estão me mandando mensagens falando que me admiram. É uma surpresa e ainda não me acostumei com isso. Toda vez que recebo uma, vejo e falo: ‘Meu Deus! Sou fã dessa pessoa!’ Isso é bom e me empolga muito a visibilidade que estou ganhando. O tempo todo que quis ser miss, não quis só por mim, pelo ego ou pela coroa. Eu sempre quis ter visibilidade para poder fazer algo bacana pelo mundo. Quando comecei a atuar como influenciadora, queria espalhar mensagens positivas, temas sobre autoestima, autoconhecimento. Estou feliz por poder falar para um número ainda maior de pessoas. Enxergo muito mais do que beleza nos concursos, existe um propósito”, diz ela, por telefone, entre uma entrevista e outra, ainda em São Paulo.

Certa da plataforma que ela mesmo se tornou, Júlia espera potencializar o que faz em seu dia a dia, na web e fora dela. “Sou uma pessoa que representa nosso país de alguma forma e, principalmente, as mulheres. Tenho que servir de exemplo. Em Juiz de Fora eu trabalhava em dois projetos sociais: um chamado Influenciadores do Bem e outro Projeto Vivart. Sempre amei projetos sociais e minha ideia é apoiar algumas causas. Vou pesquisar projetos que tenham a ver comigo e que eu possa contribuir de alguma forma. Principalmente, quero levantar a bandeira da sororidade, do apoio entre as mulheres”, aponta ela, que já em seu primeiro pronunciamento nas redes sociais como Miss Brasil fez questão de definir sua luta: “Esse título não é só meu, mas de todas as mulheres. Juntas nós temos o potencial de causar a maior revolução de sororidade desse mundo.”

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“Esse título não é só meu, mas de todas as mulheres. Juntas nós temos o potencial de causar a maior revolução de sororidade desse mundo”

Rumo ao Universo

A coroa, a faixa e o título de mais bela brasileira de 2019 chegam cinco anos após Júlia Horta fazer sua estreia em concursos de beleza. Em 2014, ela conta que foi convidada para participar do concurso Miss Mundo Minas Gerais. Despretensiosamente, inscreveu-se. E ganhou. “Nunca tinha pensado em participar de concurso antes. Achava lindo, via pela televisão, mas não acreditava que poderia ser uma miss”, lembra. Começou, então, a participar de outros e, no dia 18 de fevereiro foi eleita Miss Minas Gerais. Pela vitória, recebeu uma moção de aplausos da Câmara Municipal no último dia 25. E também se credenciou a disputar o concurso nacional, cujo júri foi formado por grandes nomes do mundo da moda e da beleza nacionais. Além do estilista Alexandre Herchcovitch, integraram a banca a empresária e ex-modelo Luiza Brunet, as empresárias Rachel Maia e Leila Schuster, a Miss Brasil 2007 Natália Guimarães, os jornalistas Mônica Salgado e Ricky Hiraoka, os consultores de beleza Marcos Proença e Wanderley Nunes e a youtuber Taciele Alcolea. O primeiro lugar no concurso rendeu à Júlia uma uma coroa em ouro branco, cravejada de pedras e uma esmeralda, avaliada em R$ 52 mil, um cruzeiro pelo Nordeste, joias e uma semana em hotel de luxo em Campos do Jordão, no interior de São Paulo, além de uma movimentada agenda. “Ontem fui a um evento da Polishop e hoje passei o dia dando entrevistas para a Band de São Paulo. Estou muito feliz e realizada. Era um sonho para mim e fiquei muitos anos tentando atingi-lo”, comenta a miss, que também ganhou e continua a ganhar um séquito de seguidores. Só durante a escrita deste texto, dois mil nove seguidores foram contabilizados pelo Instagram de Júlia.

“Nunca tinha pensado em participar de concurso antes. Achava lindo, via pela televisão, mas não acreditava que poderia ser uma miss”

Granberiense e formada em Comunicação Social pela UFJF

O interesse por projetos sociais, conta Júlia, vem de casa. “Quando eu era mais nova, era da Igreja Católica e minha mãe participava ativamente, era catequista. Um sábado por mês a gente visitava instituições da cidade”, lembra ela, filha de dois professores. O pai Eduardo leciona no curso de ciências contábeis da UFJF e a mãe Patrícia, nos cursos de administração da Faculdade Metodista Granbery, do Instituto Vianna Júnior e do Centro de Ensino Superior (CES/JF). Nascida no Centro, onde morou até os 5 anos, Júlia mudou-se para o Granbery, mais tarde foi morar no Jardim do Sol e hoje reside na Avenida dos Andradas, com os pais e dois irmãos mais novos. Da infância, recorda-se da paixão pelos esportes. “Sempre fui uma criança muito feliz. Já fiz tudo quanto é esporte, e dança também. Estudei no Granbery praticamente minha vida inteira. Meu pai era professor lá e eu e meus irmãos tínhamos bolsa. Foi um colégio que fez parte da minha educação. Ficava o dia inteiro lá. De manhã passava na escola e, na tarde, ia para o centro de esportes fazer algum exercício. Isso foi muito importante para a minha formação”, traz à memória.

Em reinado, Júlia pretende dar visibilidade a questões feministas. (Foto: Miss Brasil Be Emotion/Divulgação)

Formada em Comunicação Social pela UFJF em 2016, Júlia apresentou programas de rádio e TV na cidade. “Atualmente trabalho mais como influenciadora digital e dando palestras”, conta a jovem, dona de uma rotina nada espartana no cuidado com a beleza. “Há um tempo me preocupo muito com a alimentação, não só por estética, mas por saúde também. Não faço dieta. Como as coisas que quero, na hora que quero. Tento comer bem. Exercício eu sempre amei. Amo fazer musculação, spinning, muay thai, já faz parte da minha rotina. Quando chega a participação em concursos de beleza, só potencializo isso”, afirma, dizendo passar, no máximo, uma hora na academia.

“Há um tempo me preocupo muito com a alimentação, não só por estética, mas por saúde também. Não faço dieta. Como as coisas que quero, na hora que quero. Tento comer bem. Exercício eu sempre amei. Amo fazer musculação, spinning, muay thai, já faz parte da minha rotina. Quando chega a participação em concursos de beleza, só potencializo isso”

Júlia é formada em comunicação social pela UFJF e atualmente atua como influenciadora social e palestrante. (Foto: Miss Brasil Be Emotion/Divulgação)

Trajetória

1º lugar Miss Brasil – 2019
1º lugar Miss Minas Gerais – 2019
5º lugar Miss Turismo Internacional – 2017
3º lugar Miss Mundo Brasil – 2017
2º lugar Rainha Internacional do Café – 2016
5º lugar Miss Mundo Brasil – 2015
1º lugar Miss Mundo Minas Gerais – 2015

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