Prefeita diz que Juiz de Fora está em alerta por conta das chuvas

Transbordamento do Rio Paraibuna e grande leivolume de água nos últimos dias levaram Prefeitura a criar “sala de situação” para mitigar e prevenir danos


Por Tribuna

10/01/2022 às 17h59- Atualizada 10/01/2022 às 21h25

A prefeita Margarida Salomão afirmou que Juiz de Fora está em alerta em razão das fortes chuvas que vêm atingindo a cidade nos últimos dias. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, a chefe do Executivo demonstrou preocupação com o transbordamento do Rio Paraibuna, que saiu da calha no Acesso Norte, na região do Bairro Industrial, Zona Norte, na tarde desta segunda-feira (10), e anunciou a criação de uma sala de situação composta por representantes de diversas secretarias com o objetivo de mitigar os danos. Entre as ações já adotadas estão a interdição do trânsito em alguns pontos da cidade e o monitoramento do nível da água, principalmente próximo às pontes do Bairro Santa Terezinha. Uma delas chegou a ficar interditada por duas horas, mas foi liberada na noite desta segunda.

Ponte de ferro vermelha (Domingos Alves Ferreira) foi fechada no fim da tarde (Foto: Fernando Priamo)

Ao lado de secretários municipais, Margarida afirmou que o município vive um momento de excepcionalidade, já que, segundo ela, o Rio Paraibuna não transborda da forma como ocorreu nesta segunda “há muitos anos”. “A cidade está em alerta. Esse volume de chuva que caiu afeta profundamente a vida de todo mundo. A saída da calha do Rio Paraibuna é uma coisa que não vemos há muitos anos. A gente costuma ter a saída de córregos das calhas, mas a saída do rio é uma coisa assustadora e muito importante”, destacou.

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Por volta das 17h, o nível do Paraibuna chegou aos 3,98m, volume próximo aos 4,35m de altura das pontes localizadas no Bairro Santa Terezinha, segundo a Defesa Civil. Por conta do risco de transbordamento, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) anunciou a interdição da Ponte Domingos Alves Pereira, conhecida como “Ponte Vermelha”, mas o tráfego foi liberado por volta das 19h. Conforme a assessoria da Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU), a ponte continuará sendo monitorada e, caso seja necessário, será interditada a qualquer momento.

Com relação ao trânsito no Bairro Santa Terezinha, o secretário de Mobilidade Urbana, Fernando Tadeu David, explicou as mudanças em caso de interdição da Ponte Vermelha. “Vamos inverter a mão da ponte da Rui Barbosa, fechar o acesso da Rua Henrique Burnier para a Avenida Brasil e desviar o trânsito desse fluxo para a Rua Teresa Cristina. Ainda haverá a inversão da mão da Avenida Brasil na margem direita da ponte da Rui Barbosa até a Ponte Vermelha e também será fechado o acesso às ruas perpendiculares nesses trechos para que os carros não cheguem ao desvio. Os carros que iam seguir pela Rui Barbosa terão que ir até o Manoel Honório e voltar pela Avenida Brasil, para continuar o destino”, informou.

Mudanças na Zona Norte

Margarida e os representantes da PJF afirmaram que diversas providências estão sendo tomadas com o objetivo de minimizar os problemas causados pela grande quantidade de chuva. Entre as principais medidas estão as mudanças no trânsito no Acesso Norte, no Bairro Industrial.

A Avenida Garcia Rodrigues Paes (Acesso Norte) está fechada a partir da entrada do Viaduto Engenheiro Ramirez Gonzalez, no sentido Centro/bairro. A partir da Rua Doardino Longo, no sentido bairro/Centro, a avenida está com restrição de circulação de veículos, só liberada para moradores. O desvio deve ser realizado pela Avenida Juscelino Kubitschek. O acesso ao Bairro Industrial também pode ser feito pela Rua José de Araújo Braga, no sentido Centro para o bairro.

Outras regiões

As ruas Monsenhor Gustavo Freire, em frente ao número 1.200, no Dom Bosco, e a Rua Feliciano Pena, no Bairro Mariano Procópio, também ficaram interditadas. No Dom Bosco, o desvio de veículos deve ser feito pela Avenida Itamar Franco ou pela Rua Araguari. Conforme a Prefeitura, os ônibus estão circulando no sentido Centro/bairro pela Avenida Presidente Itamar Franco. Já no sentido bairro/Centro, o itinerário é Rua Monsenhor Gustavo Freire, Rua Araguari, Rua Cruzador Bahia e Rua Monsenhor Gustavo Freire.

‘Quem não precisar sair deve ficar em casa’

Durante a transmissão, Margarida informou que, até esta segunda, choveu metade do volume de chuva que era esperado para todo o mês de janeiro. Por conta do risco de acidentes, principalmente em casos de alagamentos e transbordamento de rios e córregos, a prefeita pediu para que a população permaneça em casa. “A Prefeitura está atenta e operando. Mas quem não precisar sair deve ficar em casa nesse momento. Principalmente na Zona Norte, está perigoso sair de casa. Então peço que quem não tiver uma necessidade urgente, que fique em casa”.

O diretor-presidente da Cesama, Júlio Teixeira, também falou a respeito da situação de elevação do nível do Rio Paraibuna. Ele ressaltou que as represas de Chapéu D’Uvas e de São Pedro estão fechadas para reter o volume de água e minorar a situação de inundações. “Estão sendo tomadas medidas para garantir a segurança e a vida das pessoas, que é seu maior patrimônio. Estamos trabalhando intensamente para que essa situação não se agrave”, disse, lembrando que a situação não é apenas de Juiz de Fora, mas de todo o estado de Minas Gerais.

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“População tem que estar atenta”

O subsecretário da Defesa Civil, Luís Fernando Martins, enfatizou que a Defesa Civil atua 24 horas por dia e pediu para que a população fique atenta para acionar os órgãos competentes em casos de deslizamentos de solo. “Solicitamos à população que, a qualquer sinal, qualquer trinca, qualquer deformação na casa ou no terreno, deve-se entrar em contato com o 199, deixar o imóvel e esperar o engenheiro da Defesa Civil fazer uma vistoria no local.”

De acordo com a diretora-presidente da Empav, Ana Lúcia Damasceno, o órgão vem trabalhando no atendimento para evitar a queda de árvores e, mesmo sendo realizadas as podas rotineiras e os cortes que já estavam determinados, a Empav vem acumulando muitas chamadas em razão das chuvas e do vento forte. “Só neste último fim de semana, tivemos mais de 12 ocorrências com o Corpo de Bombeiros e a Cemig. Hoje (segunda-feira), a equipe da Empav esteve em outras localidades dando sequência a esses atendimentos. Pedimos que qualquer ocorrência relacionada a árvores, de emergência, as pessoas entrem em contato com o Corpo de Bombeiros, com a Cemig, pois estamos trabalhando para solucionar essas questões e evitar que novas árvores venham a cair neste período.”

Risco de acidentes

O secretário de Obras, Lincoln Santos de Lima, afirmou que, neste ano, a pasta realizou a manutenção de bocas de lobo e desassoreamento de córregos da cidade. Segundo ele, se esses serviços não tivessem sido realizados, certamente, a calha desses córregos estaria mais alta e teriam transbordado há mais tempo. Ele reforçou ainda o alerta da prefeita para que que a população evite sair de casa. “A partir do momento que existe a saída da calha dos córregos, também acontece o problema das erosões, e em uma via com água não dá para verificar onde existe buraco e, com isso, os acidentes são eminentes. A principal recomendação é ficar em casa”, orientou Lincoln.

Tópicos: chuva

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