Polícia Civil desvenda três homicídios ocorridos em cinco dias em JF

Investigações já levaram à prisão de três suspeitos nos bairros Sagrado Coração, Cerâmica e Jardim Natal


Por Sandra Zanella

10/01/2020 às 16h15

A Polícia Civil concluiu a investigação de três homicídios, ocorridos em um intervalo de cinco dias, entre 8 e 12 de novembro do ano passado, em Juiz de Fora. As investigações, divulgadas nesta sexta-feira (10), já resultaram na detenção de três suspeitos de assassinato nos bairros Sagrado Coração, na Zona Sul, Cerâmica e Jardim Natal, na região Norte. Eles foram capturados em dezembro por meio de mandados de prisão temporária. Um adolescente também já teve pedido de acautelamento solicitado à Vara da Infância e Juventude. Outros dois investigados ainda não foram presos. A maioria dos crimes teria relação com o tráfico de drogas.

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios, Rodrigo Rolli deu detalhes dos casos à imprensa em entrevista coletiva realizada nesta sexta (Foto: Sandra Zanella)

O caso ocorrido no Sagrado Coração foi a morte de Wagner de Assis Almeida Filho, 20 anos, assassinado a tiros no dia 8 de novembro, na Rua Marciano Pinto. Alvejado por sete disparos, o jovem chegou a ser socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Luzia, mas morreu em decorrência dos ferimentos. De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Homicídios, Rodrigo Rolli, um homem, 22, está preso, mas negou envolvimento, apesar de ter sido apontado por três testemunhas. “A vítima estava em uma boca de fumo quando dois autores do tráfico no Vale Verde desceram em represália a um ataque a tiros ocorrido dois dias antes, efetuaram disparos e acabaram matando o usuário. O objetivo deles era buscar os traficantes rivais”, detalhou o delegado. Outro suspeito, 20, ainda não foi capturado e também é investigado por homicídio praticado em meados de 2019 no Vale Verde, quando um homem foi morto a pauladas.

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Já o assassinato de Amancio Eurico Braz, 57, registrado no dia 12 de novembro no Jardim Natal, pode estar relacionado a dívida de droga, segundo as apurações da Polícia Civil. Ele foi agredido a pauladas na noite anterior e faleceu de madrugada no HPS com traumatismo cranioencefálico. Na época, a PM foi acionada por um filho da vítima. Um jovem, 18, morador do Ipiranga, Zona Sul, está no Ceresp e, conforme a polícia, há suspeita de que ele possa ter agido a mando de um tio, que era vizinho da vítima e está sendo investigado. O rapaz detido, entretanto, optou por permanecer calado durante depoimento.

Os dois inquéritos foram concluídos nesta sexta para serem encaminhados à Justiça.

Organizadores de baile funk serão intimados

As investigações em torno da morte de Josué Felipe das Graças Renovato, 18 anos, assassinado a tiros no Bairro Cerâmica em 10 de novembro, já foram concluídas. No entanto, o delegado Rodrigo Rolli informou nesta sexta que vai intimar organizadores e seguranças de um baile funk antes de fechar o inquérito. Isso porque o crime teria acontecido após saída do evento realizado na Avenida Brasil, e há suspeita de ter ocorrido a entrada de menores de idade na casa de shows. Inclusive um dos investigados é um adolescente, 17, que teria praticado o crime na companhia do irmão, 18, após participar da festa.

“Ao final do baile funk, a vítima saiu com mais três testemunhas. Houve uma desavença verbal por motivo fútil. O menor sacou uma arma de fogo e efetuou um disparo contra a boca da vítima, que foi a óbito no local”, explicou o delegado. Ele já solicitou o acautelamento do adolescente à Vara da Infância e Juventude, e o irmão dele está preso no Ceresp. “Importante ressaltar que o maior de idade voltou com a arma em mãos e tentou efetuar mais um disparo contra a vítima caída ao chão, só que a arma mascou”, disse Rolli. O crime aconteceu perto de um campo de futebol do Cerâmica, na Rua Francisco de Almeida.

Sobre a oitiva dos responsáveis pela festa, ainda não há data marcada. “O inquérito vai permanecer à cargo da delegacia a fim de buscarmos responsabilizações criminais dos organizadores do evento. A Homicídios sempre se preocupou com bailes funks, porque sempre causaram problemas, seja dentro ou no seu entorno. Há demonstração clara e inequívoca de que havia menores no local. Também vamos oficiar os órgãos municipais e estaduais responsáveis por fiscalizar esses eventos, para que venham coibir e, por ventura, evitar homicídios como aconteceu, infelizmente, o desse jovem assassinado”, concluiu o delegado.

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