O risco diário em 9 travessias


Por NATHÁLIA CARVALHO

09/09/2015 às 07h00- Atualizada 10/09/2015 às 18h54

O problema da travessia insegura em Juiz de Fora não está restrito ao movimentado Centro da cidade. Em vários bairros, há relatos de dificuldades por parte dos pedestres em atravessar desde simples ruas até avenidas de maior movimento. O problema é ainda mais grave quando não há sinalização adequada, muitas vezes pela impossibilidade de implantação. Dando sequência à série “Se liga na faixa”, que tem o objetivo de alertar sobre o tema e convocar a população para o respeito à sinalização, a Tribuna percorreu nove pontos em diferentes regiões da cidade para verificar e diagnosticar a situação. Os locais foram definidos com base em reclamações dos leitores e foram respondidos, caso a caso, pela Settra (veja quadro). Na primeira matéria da série, a Tribuna mostrou que o número de atropelamentos fatais neste ano na cidade chega a 18, e já supera os 16 registrados no ano passado.

Para compreender melhor a distribuição das faixas de pedestres em Juiz de Fora, é importante ressaltar alguns conceitos. Tais sinalizações são adotadas seguindo os critérios do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), por meio da Resolução 236, de 2007. A localização da faixa deve respeitar, sempre que possível, o caminho natural dos pedestres, em locais que ofereçam maior segurança para a travessia. Além disso, elas devem ser utilizadas em pontos onde haja necessidade de ordenar e regulamentar a travessia, bem como em pontos semaforizados ou não, onde o volume de pedestres é significativo. “A população acha que a gente não coloca a faixa naquele ponto porque não quer mas existe uma série de regras a serem seguidas para isso. Lembramos ao pedestre, contudo, que não é proibido atravessar onde não há faixa, contanto que ele se sinta seguro para isso”, explica o subsecretário operacional de Transporte e Trânsito, Eduardo Facio.

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Visibilidade

O supervisor do Departamento de Engenharia de Tráfego, Bruno César Lopes, explica que a recomendação do Contran não especifica em números, mas a sugestão é colocar a faixa em locais com quantidade significativa de pessoas, como próximo a escolas, igrejas e rodoviária. “Além disso, para implantar, é preciso que o local tenha visibilidade e segurança. Quando a gente coloca a faixa, estamos indicando que ali é um local seguro para o pedestre atravessar, seja ele idoso, adulto ou criança.” Bruno também explica que a faixa determina um sinal tanto para o pedestre quanto para o motorista. “Se usá-la com muita frequência e sem justificativa, acabaríamos banalizando. Por exemplo, se o motorista passar com frequência por um local e perceber que ninguém atravessa ali, ele vai se acostumar a não respeitar. Precisamos criar o hábito e um alerta também nos condutores”, completa.

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