Caso de feminicídio no Grajaú vai a júri popular no dia 18
Alícia Cordeiro foi morta pelo ex com tiro no rosto durante churrasco em setembro de 2018
O homem de 27 anos acusado de matar com um tiro no rosto a ex-namorada Alícia Maria Freitas Cordeiro, 18, vai a julgamento popular no próximo dia 18 no Tribunal do Júri de Juiz de Fora. A sessão, prevista para começar às 12h30, acontece menos de um ano após o crime, ocorrido no dia 7 de setembro de 2018 durante um churrasco no Bairro Grajaú, Zona Sudeste. O réu responde por homicídio triplamente qualificado, por feminicídio, motivo torpe e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima. Na mesma ocasião, o homem também será julgado pela tentativa de homicídio duplamente qualificada contra um rapaz, 21, que estava namorando Alícia na época e foi baleado na mesma festa, mas sobreviveu.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Alícia e o acusado mantiveram um relacionamento amoroso, rompido quando ele foi preso por tê-la agredido em via pública. Após sair da prisão, no entanto, o homem ficou inconformado com o fato de a ex-namorada estar envolvida com o jovem e começou a ameaçá-la de morte. No dia do fato, ela estava na residência do novo namorado, na Rua João Zanini. O portão da casa estava aberto, para facilitar a entrada dos convidados para o churrasco, que reunia cerca de dez pessoas, inclusive crianças. Conforme o MP, o acusado aproveitou a situação e, por volta das 17h30, entrou no local armado, indo em direção a Alícia, que estava sentada em uma escada, e disparando contra seu rosto. Logo em seguida, o morador que estava se relacionando com a vítima saiu da cozinha e também foi alvejado pelo atirador com um tiro no tórax.
Para a Promotoria, o homem praticou feminicídio em relação à mulher, já que o crime foi executado em razão de sua condição do sexo feminino, no âmbito da violência doméstica e familiar, porque ele era seu ex-namorado. O acusado ainda agiu por motivo torpe, devido a “sentimento de posse, rejeição e inconformismo pelo relacionamento dela com o jovem”. No entendimento do MP, o acusado também impossibilitou a defesa do casal, “surpreendendo-os com os disparos em um churrasco, numa ocasião em que não esperavam serem alvos de um atentado contra suas vidas”.
O réu chegou a ficar foragido por vários meses, mas foi capturado no dia 19 de maio, após se apresentar na 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, em Santa Terezinha. Contra ele havia mandado de prisão expedido pela Vara do Tribunal do Júri. Desde o dia 20 do mesmo mês o homem está no Ceresp, à disposição da Justiça, segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap).
Homicídio no Monte Castelo é julgado na mesma semana
Também na próxima semana acontece, no Tribunal do Júri, o julgamento de um homem de 28 anos acusado de ter matado a facadas Anderson Carlos da Silva, 41. O crime foi praticado no dia 25 de agosto do ano passado entre as ruas do Palmares e Coronel Quintão, no Bairro Monte Castelo, Zona Norte de Juiz de Fora. A vítima chegou a ser socorrida até o HPS em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia seguinte. O réu será julgado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa. A sessão no Fórum Benjamin Colucci está marcada para as 12h30 da próxima terça-feira (16).
Conforme a denúncia do Ministério Público, antes de esfaqueá-lo o acusado entregou R$ 5 ao homem para que ele comprasse uma pedra de crack. No entanto, a vítima não adquiriu a droga e usou o dinheiro em benefício próprio, para comprar bebida alcoólica. Irritado com a situação, o réu começou a agredir o homem até ele cair, “momento em que aproveitou e desferiu-lhe duas facadas no abdômen e no tórax, atingindo-o no coração”.
O réu estava com mandado de prisão em aberto e foi capturado pela PM no dia 4 de abril durante batida policial no Bairro Santa Terezinha, Zona Nordeste. Desde o dia seguinte ele está no Ceresp, conforme informações da Seap.