Guarda Municipal oferece curso de informática para pessoas em situação de vulnerabilidade

Por meio dessas ferramentas, alguns alunos já conseguiram até mesmo contatos com seus familiares


Por Marcio Santos

09/07/2017 às 05h00

Flávio Augusto arrumou emprego após ter aulas de informática com a guarda municipal Roberta (Foto: Marcelo Ribeiro)

Oportunidade, inclusão, capacitação. Palavras pouco utilizadas por quem vive às margens da sociedade e distante do convívio familiar. Com o objetivo de ensinar e promover a reinserção social de moradores em situação de rua, a Guarda Municipal de Juiz de Fora, através do Programa de Inclusão Digital do setor de Prevenção e Cidadania, implantou um curso de informática voltado para pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo presos em regime semi-aberto. O projeto, que teve início em fevereiro de 2017, atualmente é ministrado em três locais diferentes, sendo um deles no Centro de Referência Especializado para a População Adulta (Centro Pop). No local, atualmente, 15 alunos assistem aulas individualizadas às quintas-feiras, ministradas pela guarda municipal Roberta Mokdeci. Segundo ela, o objetivo é que os alunos aprendam a utilizar ferramentas do computador, como documentos de texto, planilhas eletrônicas e outros softwares. Além disso, se familiarizarem com os recursos da internet, como educação à distância, mídias sociais, criação de currículos virtuais e e-mails.

A guarda municipal afirma que, através dessas ferramentas, alguns alunos já conseguiram até mesmo contatos com seus familiares. “Tivemos alguns casos de alunos que conseguiram uma aproximação com parentes através das redes sociais. Teve um aluno que localizou a filha e a irmã e, hoje, trocam mensagens, iniciando uma reaproximação. Outro fator importante para eles é a chance de aprender novos talentos e ter a oportunidade de conseguir um emprego, tendo em vista que a maioria das vagas hoje em dia é divulgada pela internet”, afirma.

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Esta era a oportunidade que faltava para um dos alunos, Flávio Augusto de Assis, de 55 anos. Ele faz o curso desde o começo do projeto e agora vai parar para iniciar um novo trabalho. “Eu nunca havia mexido em um computador, mas, com a paciência e a dedicação da professora (Roberta), consegui aprender muita coisa. Acredito que para os outros alunos também está sendo gratificante. Pena que terei que parar agora, pois consegui um trabalho e não terei mais esse tempo livre para continuar o curso.”

Cursos e oficinas

No Centro POP, de acordo com a coordenadora, Amanda Carvalho, ainda são oferecidas oficinas socioeducativas de teatro, produção literária, musicalização, violão, artesanato, cuidados pessoais e jogos, além de alfabetização, capoeira e corte de cabelo, que são realizados por professores cedidos pela PJF e voluntários. Os interessados pelo projeto podem procurar um dos locais citados abaixo:

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