Queimas de estoque de grandes redes promovem aglomerações em JF

As queimas de estoque promovidas por grandes redes varejistas foram responsáveis pela aglomeração de consumidores no Centro de Juiz de Fora neste sábado (9), primeiro dia da retomada das atividades do comércio e do retorno da cidade à onda amarela do Minas Consciente, faixa menos restritiva do programa. Atraídos por descontos que chegavam a 80%, juiz-foranos se aglomeraram na entrada da Casas Bahia e do Magazine Luiza, na Avenida Rio Branco.

Equipes da Guarda Municipal e da Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaur) estiveram nas ruas para fiscalizar o funcionamento do comércio. “Em algumas lojas de departamento, foi necessária a reordenação das filas com o devido distanciamento social. As equipes atuaram na fiscalização e reforço das orientações junto aos responsáveis”, afirmou em nota. O balanço sobre a fiscalização será divulgado na segunda-feira (11).

Procurada pela Tribuna, a assessoria do Magazine Luiza informou que a empresa desenvolveu medidas de segurança para realizar a liquidação. “Vamos seguir à risca um protocolo rígido para lidar com a pandemia da Covid-19 e resguardar a saúde dos colaboradores e clientes”, declarou em nota. “O primeiro dele é limite máximo de pessoas nas lojas. Quando há filas, distanciamento. Há, também, os protocolos padrões de higiene.” A empresa também afirmou que os funcionários são submetidos à testagem regularmente.

A assessoria da Casas Bahia também foi procurada, mas não retornou até o momento.

CDL critica postura de grandes redes

O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Marcos Casarin, criticou a postura das grandes redes de varejo. “Não era o dia para realizar queima de estoque. Estamos retornando hoje, e existe uma demanda reprimida dos consumidores.”

Ele também lamentou a falta de interlocução das marcas com as entidades do comércio local. “O nosso diálogo com as empresas da cidade tem sido constante. E deixamos claro que vamos ajudar a Prefeitura na orientação e na fiscalização para que tudo ocorra da maneira correta. No entanto, o diálogo com as grandes redes tem sido quase inexistente. Fomos surpreendidos por esta ação.”

Casarin destacou a importância da conscientização dos lojistas e dos consumidores para reduzir a transmissão da Covid-19. “Não queremos parar de novo, então é preciso que todos colaborem.”

Onda Amarela
O retorno da cidade à Onda Amarela implicou na criação de novas regras para o funcionamento do comércio. Publicado na sexta-feira (8) pela Prefeitura, o Decreto 14.265 determina que o horário de funcionamento das lojas de rua inicie a partir das 9h30, com autorização para permanecer aberto até 19h30. A medida pretende diminuir o número de pessoas em circulação nos pontos de ônibus no mesmo horário.

Os estabelecimentos deverão disponibilizar álcool em gel, controlar o fluxo de entrada e saída, limitando o número de pessoas por metro quadrado dentro da loja, e cobrar o uso de máscara.