Policial civil dispara e mata convidado de vizinho dentro de prédio


Por Sandra Zanella

09/01/2017 às 12h23- Atualizada 09/01/2017 às 18h16

*Atualizada às 17h39

Um homem de 32 anos morreu após ser alvejado no abdômen por um tiro disparado por um escrivão da Polícia Civil, 33, na noite deste domingo (8), no Bairro Marilândia, na Cidade Alta, em Juiz de Fora. O crime aconteceu em um dos corredores do prédio onde o policial mora, na Rua das Esmeraldas. Fernando Silva Gomes Neto, que é de Petrópolis,  estaria junto com a noiva participando de um churrasco na residência de um casal vizinho e, ao descer de sunga para buscar abacaxis no carro, se encontrou com o morador. Segundo a Polícia Civil, o escrivão relatou que, ao retornar da missa, junto com sua companheira e sua filha, se deparou nas dependências do edifício “com uma pessoa que aparentava estar embriagada, assim como apresentava-se bastante exaltada.”

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Ainda conforme o relato do suspeito de atirar, “ao questionar-lhe a razão de sua permanência no prédio, buscando esclarecimentos quanto a seu nome e a que apartamento estava se dirigindo, este proferiu falas desconexas e xingamentos”. Em seguida, o morador teria se identificado como policial, com sua arma em punho, pedindo a identificação do visitante. “Neste instante, a pessoa até então desconhecida avançou contra sua pessoa, tendo a arma disparado acidentalmente, atingindo a vítima.” Ainda conforme a corporação, o próprio policial acionou o Samu para prestar socorro à vítima, que não resistiu, sendo o óbito constatado.

Logo após o disparo, a noiva da vítima chegou ao local, descendo as escadas da cobertura, assim como o casal de moradores. Eles relataram à polícia que aquela não havia sido a primeira vez em que Fernando frequentava o prédio e que nunca havia ocorrido qualquer atrito entre ele o policial.

O escrivão foi apresentado ao plantão da 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha nesta segunda-feira (9). De acordo com informações da assessoria de comunicação da Polícia Civil foi realizada a audiência concedida a liberdade provisória pelo juiz. Assim, o policial responderá ao processo em liberdade. “As diligências prosseguem, visando à apuração completa dos fatos e suas circunstâncias”, informou a Polícia Civil em nota. A perícia realizou levantamentos, e a pistola ponto 40 usada no homicídio foi recolhida para ser submetida a exames periciais. O policial estava lotado na 3ª Delegacia, responsável pela investigação de crimes na Zona Norte.

A vítima será sepultada às 16h30 de hoje em Petrópolis. Nas redes sociais, amigos e parentes de Fernando estão revoltados e assustados com o crime. Eles cobram punição para o policial e descrevem Fernando como “alegre, tranquilo e  amável”.

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