Suspeita de fugir com pistola após homicídio em pizzaria é acautelada


Por Sandra Zanella

08/11/2016 às 13h23- Atualizada 08/11/2016 às 13h27

A adolescente de 14 anos suspeita de fugir com a pistola 9mm que matou a comerciante Elisane Aparecida Moreira Dias, 36 anos, prestou depoimento na Delegacia Especializada de Homicídios na segunda-feira e está acautelada no Centro Socioeducativo de Unaí (MG), conforme informou a Polícia Civil nesta terça (8). Segundo o delegado Rodrigo Rolli, apesar de aparecer nas imagens de câmeras do Olho Vivo e de estabelecimentos comerciais, a jovem negou qualquer participação no crime, ocorrido no dia 29 em uma pizzaria na Avenida Governador Valadares, no Bairro Manoel Honório, Zona Leste. O assassinato chocou a população por se tratar de uma vítima inocente, alvejada por um disparo em briga de gangues, enquanto trabalhava em seu próprio restaurante. O alvo dos tiros era um adolescente, 18, que correu para o interior do estabelecimento na tentativa de escapar dos disparos, mas foi perseguido pelo atirador. O rapaz sofreu cinco perfurações e permanece internado em estado grave no CTI da Santa Casa, sedado e entubado.

“A adolescente chegou à delegacia acompanhada de uma tia, já que a mãe havia dito que não queria saber do histórico da vida da filha, envolvida em várias situações. Em seu depoimento, ela negou qualquer participação e, de forma irônica, alega que a imagem dela em rede social com familiares dos autores era de um clone dela”, contou Rolli, acrescentando que a jovem seria namorada do suspeito de atirar, de 18 anos, detido em flagrante no dia do crime, junto com dois comparsas, de 15 e 23 anos. Para o delegado, a gravação demonstra “de forma clara e inequívoca” a participação da suspeita. “Após o homicídio, o jovem que disparou passa a arma para a adolescente, e ela foge.”

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Depois da oitiva, a suspeita foi apresentada à Vara da Infância e Juventude, com pedido de acautelamento. Conforme o delegado, uma parente dos envolvidos, que estaria abrigando a adolescente, também pode ser indiciada no inquérito. “A jovem afirma que estava morando com a avó, mas a própria tia desmentiu, afirmando que ela estava residindo com familiares dos autores. Vou relatar ao final do inquérito que essa mulher tinha conhecimento e ocultou informações a respeito disso, atrapalhando a investigação. Nas imagens, ela aparece no local, mas não no momento do crime, então não podemos levá-la a uma possível participação.”

O inquérito deve ser encaminhado à Justiça nos próximos dias. “Todos os quatro envolvidos nesse crime bárbaro estão acautelados ou presos. Falta mais informações para encontrarmos a arma de fogo, para que seja retirada de circulação, principalmente por se tratar de uma pistola 9mm.” Rolli lembrou que os suspeitos fazem parte de um bando do Santa Rita, que vive em constante confronto com outra gangue do bairro por disputa por pontos de tráfico. Vários integrantes já foram presos diversas vezes. O grupo ainda teve envolvimento na morte de outro inocente, 50, atingido por um tiro no peito durante a execução de um jovem, 25, morto com 18 perfurações em outubro de 2014, dentro da Uaps do Santa Rita.

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