Suspeito de abusar de mulher em ônibus é indiciado


Por Sandra Zanella

08/07/2016 às 12h11- Atualizada 08/07/2016 às 13h24

Olavo Prazeres
Delegada Ione Barbosa falou sobre a conclusão do inquérito (Foto: Olavo Prazeres/08-07-16)

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o caso de abuso sexual ocorrido dentro de um ônibus da linha 766 (Zona Norte/Bom Pastor) no dia 22 de junho, denunciado por uma jovem de 25 anos. De acordo com a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Ione Barbosa, o suspeito, 30, foi indiciado no artigo 215 do Código Penal. A norma prevê pena de reclusão de dois a seis anos para quem praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém, “mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima”. O homem, que chegou a negar o crime, mas se contradisse ao afirmar arrependimento, responde em liberdade.

“Em menos de 15 dias, conseguimos investigar, chegar à autoria e concluir esse inquérito. Trata-se de uma situação de abuso dentro de ônibus, que vem ocorrendo muito em nossa cidade: Um homem entra, no pretexto de ser passageiro, aproveita que o coletivo está lotado para ficar atrás das mulheres e, de alguma forma, abusar delas. Neste caso, ele chegou inclusive a tirar seu pênis e encostá-lo na vítima. Tivemos acesso às filmagens e fica bem caracterizado que ele se aproxima da jovem e faz força para frente e para o lado, esfregando seu pênis ereto nas nádegas dela. A perícia também constatou essa situação, por meio de fotos e imagens”, contou a delegada.

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Segundo ela, a prisão preventiva do suspeito não foi solicitada à Justiça porque os investigadores verificaram que ele havia deixado de praticar o crime após ser chamado à delegacia. “Ele afirmou que não vai fazer mais isso e que se arrependeu. Consideramos a pena grave e vamos encaminhar o inquérito à Justiça para que ele seja processado”, avaliou a policial. Ela lembrou que o homem praticamente confessou o delito. “Em um primeiro momento ele nega, diz que o ônibus está sempre cheio e, por isso, encosta nas pessoas. Por outro lado, fala que se arrepende do que fez. Entrou muitas vezes em contradição durante suas declarações.”

Apesar de não haver outras denúncias formais contra o suspeito, Ione acredita, com base em relatos, que ele praticava o crime com frequência há mais de 30 dias usando o mesmo modus operandi. Segundo as investigações, o morador da Zona Norte todos os dias pegava o ônibus da mesma linha no horário das 7h20 em um bairro próximo, mas diferente daquele em que reside. “A jovem que fez a denúncia chegou a dar um soco nele e a chamá-lo de tarado, e ele desembarcou no próximo ponto. Algumas mulheres chegaram perto da vítima e falaram que costumam pegar aquele coletivo e que o investigado praticou isso com outras. Quando ele entrava, muitas já se afastavam e se protegiam com bolsas. Também tivemos notícia de que ele já havia sido colocado para fora do veículo duas vezes.”

Ione orienta as mulheres que sofreram abuso semelhante a procurar a Delegacia de Atendimento à Mulher. “Essas vítimas não devem se calar, é preciso denunciar, porque essa situação não pode ocorrer em nossa cidade. É um absurdo uma pessoa se fazer de passageiro justamente para abusar de outras.”

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