Fevereiro é o mês com mais mortes por Covid-19 desde junho de 2021

Cem óbitos foram registrados ao longo do último mês em Juiz de Fora. Casos e internações, entretanto, apontam queda e estabilização


Por Carolina Leonel

08/03/2022 às 08h24

Os índices da pandemia do coronavírus em Juiz de Fora, a exemplo do país, apontaram piora do cenário epidemiológico da Covid-19 no mês de fevereiro. Levantamento realizado pela Tribuna, com base em dados divulgados pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) até a última sexta-feira (4), mostra que o quantitativo de óbitos atestados ao longo do último mês é o maior desde junho do ano passado, quando o município contabilizou 132 mortes. Entre 1° e 28 de fevereiro deste ano, Juiz de Fora perdeu 100 de seus moradores para a doença, o que representa a média de 3,5 óbitos por dia. Em 2021, o número de falecimentos contabilizados em fevereiro foi de 96. O levantamento feito pela reportagem considerou os falecimentos com base nas datas de ocorrência e não de confirmação da morte.

Além disso, o início do mês de fevereiro mostrou piora no número de internações decorrentes da Covid-19, que já vinha crescendo desde janeiro. Entretanto, ao longo do mês, o número de hospitalizações causadas pela doença caiu. Matéria publicada pela Tribuna no fim do mês passado mostrou que houve redução de 44% do número total de pessoas internadas com a Covid-19, em comparação com ao início de fevereiro.

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Na primeira semana de março, o número de internados com coronavírus manteve-se estável. Apesar da diminuição, o infectologista Mário Novaes acredita que a situação ainda seja de alerta. “Ainda é um momento que precisamos ter cuidado. Há um receio de um rebote daqui a 15 dias mais ou menos, por conta do carnaval, quando o número de aglomerações foi muito alto. Temos que ficar apreensivos com o número de internados daqui a algumas semanas, porque, normalmente, há o período de incubação, até o surgimento da doença. Isso demora em torno de três semanas mais ou menos”, lembra o médico.

Eficácia da vacina é menor contra Ômicron

Na avaliação do médico, o expressivo aumento no número de mortes, que ocorreu principalmente nos grupos considerados de risco, se deu devido à maior exposição da população à variante Ômicron. Conforme Novaes, o índice de imunização das vacinas contra esta variante é menor, cerca de 60%. “Quando se trata de Covid-19, qualquer índice de cobertura abaixo de 95% é pouco. Para contermos o avanço da variante Ômicron, precisamos ter quase 100% da população vacinada com as segunda e terceira doses.” Além disso, o médico acredita que para que o cenário seja mais tranquilizador, além dos índices de vacinação, é preciso que as curvas de número de infectados e de mortes também registrem queda.

Quanto ao número de novas infecções pela doença, o médico acha que o decréscimo se dê em razão de dois fatores. O primeiro é o índice de vacinação. “Apesar de a vacinação não impedir que a pessoa se contamine com o vírus, ela ajuda a diminuir os índices de transmissão.” Mas o principal, na visão do infectologista, é a baixa realização de testagem para a doença. “A capacidade de testagem hoje, no país de um modo geral, é muito irrelevante. Para se ter ideia, com a circulação da Ômicron, a cada uma pessoa com exame positivo, na família há em torno de outros cinco infectados não testados”, diz.

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Tópicos: coronavírus

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