Segunda suspeita de morte por dengue é notificada à Secretaria de Saúde
Homem de 54 anos morreu na UPA norte na manhã desta terça-feira e pode ter sido vítima fatal da doença transmitida pelo Aedes aegypti; causa da morte será investigada
A morte de um homem, na manhã desta terça-feira (7), foi notificada pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte ao Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde (PJF). A suspeita é que o paciente, de 54 anos, tenha morrido em decorrência de complicações de dengue. Essa já é a segunda suspeita de morte por dengue registrada na cidade neste ano. Na última sexta-feira (3), outro óbito já tinha sido comunicado à Secretaria de Saúde: uma idosa, de 66 anos, pode ter sido vítima fatal da doença transmitida pelo Aedes aegypti.
De acordo com a Secretaria de Saúde, o departamento irá analisar as causas da morte do homem e vai requerer ao Estado, por meio da Fundação Ezequiel Dias (Funed), a realização do exame de sorologia para confirmar ou descartar se o óbito ocorreu mesmo em decorrência da doença. Da mesma maneira, a pasta já solicitou realização do exame de sorologia para confirmar a causa da morte da idosa, na última semana.
A Tribuna procurou a Secretaria de Estado de Saúde (SES) para questionar se há previsão de divulgação dos resultados dos exames de sorologia dos dois pacientes. A pasta informou que os casos são confirmados nos boletins epidemiológicos publicados semanalmente e que, até então, não houve novidades sobre os óbitos suspeitos ocorridos em Juiz de Fora.
Conforme última atualização da Prefeitura sobre os casos de doenças causadas pelo Aedes aegypti, foram confirmados 1.160 casos de dengue e 149 de chikungunya em Juiz de Fora neste ano – no total, são 1.309 comprovações das duas arboviroses.
Ações
Ao longo desta semana, a Prefeitura está dando continuidade à força-tarefa de combate ao Aedes aegypti. A ação pretende minimizar a proliferação do mosquito. Até sábado, 247 quarteirões em 15 bairros serão visitados por agentes de combate a endemias e fiscais de posturas. A ação se divide em duas etapas: inicialmente é feita a busca e a eliminação de focos do Aedes e, no dia seguinte à vistoria, agentes retornam aos locais para aplicar o inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV), utilizado para controle do vetor.
JF é a cidade da região com mais casos prováveis
Atualizado nesta terça, o boletim epidemiológico da SES apontou que o município de Juiz de Fora já é o primeiro da Zona da Mata em número de casos prováveis de dengue: são 1.390 notificações – o Estado leva em consideração o número de notificações de suspeitas da doença, enquanto a Secretaria de Saúde (PJF) divulga apenas o número de casos confirmados.
Até semana passada, São João Nepomuceno, cidade distante cerca de 65 quilômetros de Juiz de Fora, é que registrava o maior número de notificações. Também na semana passada, Juiz de Fora atingiu a incidência média de casos prováveis de dengue. O índice significa que o município tem entre cem e 299 registros da doença para cada cem mil habitantes.
Na região, a situação, assim como em todo estado mineiro, é crítica. Além de São João Nepomuceno, Rio Pomba, Visconde do Rio Branco, Guarani, Tabuleiro e Rio Novo também registram incidência muito alta para a doença. Isso significa que foram registrados mais de 500 casos prováveis por cem mil habitantes nestes locais. Os municípios de Bicas, Rodeiro, Descoberto e Coronel Pacheco têm alta incidência – de 300 a 499 casos prováveis por cem mil habitantes.
Com relação à chikungunya, Juiz de Fora continua sendo a cidade do estado com maior número absoluto de notificações. O cenário para esta enfermidade, entretanto, tem se estabilizado ao longo das últimas semanas. No estado, foram registrados 1.587 casos prováveis de chikungunya em 2019. Contudo, apenas três tiveram confirmação laboratorial até o momento. Neste ano, não foram registrados óbitos suspeitos em Minas Gerais. Na região Zona da Mata, o município de Santana do Deserto, distante 48 quilômetros de Juiz de Fora, tem 45 casos notificados.
Recursos para UPAs
Segundo o boletim epidemiológico da SES, até esta segunda, foram registrados 209.276 casos prováveis de dengue em Minas Gerais. Em 2019 foram confirmados 25 óbitos pela doença – nenhum na Zona da Mata -, e outros 82 seguem em investigação. Com o crítico cenário e alta incidência em muitos municípios, a SES pubicou, há cerca de duas semanas, um decreto de emergência em saúde pública. O objetivo é facilitar a mobilização de recursos para o enfrentamento do Aedes aegypti e a estruturação de serviços de atendimento às pessoas infectadas nos mais de 331 municípios localizados nas macrorregiões de saúde Centro, Noroeste, Norte, Oeste, Triângulo do Norte e Triângulo do Sul.
Além disso, a SES liberou, nesta terça-feira (7), aporte financeiro às Unidades de Pronto Atendimentos (UPA) de 32 municípios. O recurso, de aproximadamente R$ 17 milhões, é um adiantamento de seis meses dos valores da contrapartida estadual de custeio destas unidades. Conforme a pasta, os valores já foram destinados aos Fundos Municipais de Saúde. Embora a Zona da Mata tenha altos números de dengue e chikungunya, Juiz de Fora e outras cidades da região não estão na lista dos municípios contemplados.
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