Enfermeiro do Samu de Juiz de Fora é convocado para auxiliar na missão Yanomami

Serão 15 dias em Roraima para atender questões de urgência e emergência envolvendo a crise dos povos indígenas


Por Mariana Floriano, sob supervisão do editor Bruno Kaehler

07/03/2023 às 13h56- Atualizada 07/03/2023 às 14h39

O enfermeiro Júlio César Andrade, de 41 anos, viaja nesta terça-feira (7) para o que considera uma das missões mais importantes de sua vida. No dia 24 de fevereiro, ele foi convocado pelo Ministério da Saúde para integrar o apoio à missão Yanomami, em Boa Vista, capital de Roraima. Júlio é coordenador do Núcleo de Educação Permanente do Samu Cisdeste e atua há quase dez anos em Juiz de Fora.

A rotina intensa de um plantão do Samu, assim como a experiência em lidar com questões de urgência e emergência, será crucial na missão de socorro aos Yanomami. A população enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa – problemas agravados pelo avanço de garimpos ilegais nos últimos quatro anos.

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Júlio César ficará 15 dias em Boa Vista atendendo as demandas mais urgentes mapeadas previamente pelo Ministério da Saúde.

No Samu, todos os dias estamos sujeitos a ocorrências que você não tem ideia do que vai se deparar. Se vai precisar socorrer uma criança, um idoso, uma gestante. Você atende todas as linhas de cuidado da saúde o tempo todo.”

Combater a desnutrição será desafio

Como explica Júlio, nas últimas semanas o Governo federal identificou as áreas que precisam urgentemente de intervenção médica. “Foi realizado um trabalho de pacificação na área entre os povos indígenas e o garimpo ilegal, após essa intervenção, as equipes de saúde começaram a atuar na região.” O que elas encontraram foi um cenário arrasado. “É preciso atender às questões de desnutrição, tanto infantil quanto adulta e também reorganizar o calendário de vacinação para toda a população.”

Para ele, a experiência, mesmo que desafiadora, é uma oportunidade de colocar a serviço o juramento que fez assim que se formou, há 14 anos.

Eu sinto como se fosse uma oportunidade de entregar toda a experiência profissional que adquiri ao longo dos anos a uma assistência maior, que tem movimentado a organização de toda uma força de saúde nacional. A expectativa é que possamos entregar uma assistência de qualidade e melhorar a saúde da região diante daquilo que podemos identificar e enfrentar durante o período que ficamos a disposição.”

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